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Theatro Municipal do Rio homenageia 50 anos da morte de Pixinguinha

Apresentação de músicas inéditas do compositor será às 19h
Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 16/02/2023 - 14:18
Rio de Janeiro
“Filme nacional vai promover o encontro de duas bossas, o que ate então nos parecia ser completamente impossível. É cinema novo e se chama
© Acervo Arquivo Nacional/Fundo Correio da Manhã

O espetáculo Pixinguinha como Nunca ganha hoje (16), às 19h, uma apresentação especial no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, para marcar a passagem dos 50 anos da morte do compositor, considerado um gênio do choro. O público terá a oportunidade de ouvir músicas inéditas deixadas por Pixinguinha, disse à Agência Brasil o ator e cantor Marcelo Vianna, neto do compositor.

Vianna conta que essas músicas são fruto de uma longa pesquisa que começou no acervo da família e, depois, teve continuidade a partir da aquisição desse acervo pelo Instituto Moreira Salles (IMS).

“A pesquisa se aprofundou, para que a gente chegasse a esse número de músicas inéditas. A gente precisava da finalização desse estudo por parte do IMS para ter um número mais redondo, uma vez que são muitas músicas inéditas e ainda espalhadas".

Álbuns

Rio de Janeiro (RJ) - Músicos do projeto “Pixinguinha como Nunca” no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.  Foto: Marília Figueiredo/Divulgação
Apresentação será nesta quinta-feira, às 19h - Marília Figueiredo/divulgação

A pesquisa revelou 50 músicas inéditas que integram quatro álbuns digitais, sendo três instrumentais e um cantado. Este último está recebendo letras de compositores contemporâneos, feitas especialmente para o projeto, entre os quais Paulo Mosca, Arnaldo Antunes, Nei Lopes, Salgado Maranhão e Cecilia Stanzione.

“Essa compositora argentina [Cecilia Stanzione] fez uma letra em castelhano para um tango dele. Então, são essas surpresas que a gente vai reunir no Pixinguinha Canção”, revelou Marcelo Vianna.

Há, inclusive, uma opereta, musicada por Pixinguinha, que mostra o seu lado nordestino. “Você vê o domínio dele ao compor essas músicas, um domínio de A a Z de repertório”.

As canções que serão apresentadas agora são uma surpresa para quem ouve, garantiu Marcelo Vianna.

"Não tem nada fora do lugar. Esse é o toque do mágico, do bruxo, do mago, do gênio. Ele ambienta tudo isso na mesma atmosfera”, disse o neto do compositor.

O primeiro álbum, intitulado Pixinguinha Virtuose, foi lançado no dia 3 deste mês. O segundo tem previsão de lançamento após o carnaval e os dois últimos em abril, quando comemora-se o aniversário de nascimento do compositor.

No espetáculo Pixinguinha como Nunca, serão apresentadas 19 músicas inéditas do compositor. A canção Carinhoso estará no bis, “para a gente fazer uma graça para o público”, brinca Vianna.

Elenco

Dirigido por Marcelo Vianna, o espetáculo tem direção musical de Henrique Cazes. O elenco inclui o exclusivo Sexteto do Nunca, formado por Marcelo Caldi (sanfona), Carlos Malta (flauta e sax), Silvério Pontes (trompete e flugelhorn), Marcos Suzano (percussão), João Camarero (violão de 7 cordas) e Henrique Cazes (cavaquinho). Em participação especial, Marcelo Vianna canta e faz a condução narrativa.

“Pixinguinha é uma figura mitificada, às vezes adorada em imagem, mas sua produção musical ainda não obteve a circulação que merece e sua música, quase sempre, foi rotulada como algo do passado, encobrindo sua atualidade. Esse é o objetivo principal do espetáculo: mostrar um Pixinguinha moderno no século 21”. diz o músico Henrique Cazes.

Rio de Janeiro (RJ) - Músicos do projeto “Pixinguinha como Nunca” no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.  Foto: Marilia de Figueiredo
Músicos do projeto Pixinguinha como Nunca no Theatro Municipal do Rio de Janeiro Marília Figueiredo/divulgação

Respeito e admiração

Falar de Pixinguinha é sempre um encantamento para o bandolinista Hamilton de Holanda, que participou da gravação de músicas inéditas do compositor, no âmbito do projeto Pixinguinha como Nunca. “Foi um dos primeiros encantamentos de minha vida”.

“Pixinguinha é um aglutinador, um agregador, um cara que fez a síntese de um momento espetacular. Fez a síntese da música popular brasileira a partir das influências dele, das pessoas com quem ele andava, e criou uma forma de fazer música que é o choro”, conta Holanda.

Hamilton de Holanda nasceu em 1976, três anos após a morte de Pixinguinha, em 17 de fevereiro de 1973. Mesmo assim, conta que o compositor carioca sempre foi fonte de inspiração.

“Fui convidado para tocar uma música dele chamada Caprichoso, inédita, bonita, difícil, diferente, com aquele DNA dele. É interminável a contribuição dele para a música brasileira, para a cultura brasileira. Se pensar, no carnaval tem um dedo de Pixinguinha; se pensar no choro, tem mais de um dedo; no samba, na maneira de orquestrar e de fazer arranjo para a música popular, fora o que ele, como pessoa, passava para os outros, para os músicos, para quem convivia com ele. Era uma pessoa especial”.

Holanda lembrou que o compositor faleceu dentro de uma igreja, enquanto participava de um batizado. “Então, tem todo um mito também do santo, da pessoa boa. Respeito e admiração sempre”, externou.

Serviço

A apresentação desta quinta-feira, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, será aberta com versos do músico e compositor Moacyr Luz. A classificação é livre e os ingressos têm preços populares (R$ 30) na galeria, R$ 60 (balcão superior) e R$ 100 (plateia, balcão nobre, frisas e camarotes). Os ingressos podem ser comprados na bilheteria do TMRJ ou através do site.

*colaborou Akemi Nitahara