Dono de clínica onde dois internos foram mortos em São Paulo é preso

Clínica de reabilitação Kairos Prime fica em Embu-Guaçu

Publicado em 19/10/2023 - 18:21 Por Bruno Bocchini - Repórter da Agência Brasil - São Paulo

A polícia de São Paulo prendeu nesta quinta-feira (19) o proprietário da clínica de reabilitação Kairos Prime, Ueder Santos de Melo, de 40 anos, onde dois internos teriam sido mortos por funcionários em 2023. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), o estabelecimento, que fica em Embu-Guaçu, de propriedade do indiciado é investigado pelas mortes de dois internos.

Cinco funcionários da clínica já haviam sido presos em flagrante no final de setembro após a segunda morte, de um homem de 39 anos, que estava internado no local. Os funcionários têm entre 26 e 65 anos e são suspeitos de matar o interno.

Testemunhas relataram à TV Globo que a vítima morreu após ter sido amarrada e agredida com golpes de madeira e ferro. De acordo com a SSP, o interno chegou ao hospital já sem vida. Esta já é a segunda morte que ocorre na clínica este ano. Um outro homem, de 27 anos, já havia sido encontrado morto em março, na mesma instituição, com sinais de violência no pescoço. Na ocasião, três funcionários do local foram presos em flagrante.

Em setembro, em entrevista à TV Brasil, Melo afirmou que não sabia dos casos de violência e que repudia o uso da força ou da violência em dependentes químicos. “Não acredito que isso seja uma opção para o tratamento”, declarou.

Defesa

O advogado Jean Braz, responsável pela defesa de Ueder Santos de Melo, aponta, em nota, que seu cliente é inocente. “Até o momento, não constou nos autos qualquer prova cabal de sua participação nos eventos em questão”, diz o texto. Ele destaca ainda que, no dia dos fatos investigados, o dono da clínica estava no interior de São Paulo.

“É relevante ressaltar que a solicitação de apuração partiu exclusivamente da delegada, e que, até o momento, não há elementos concretos que vinculem o senhor Ueder a quaisquer práticas criminosas”, argumenta o advogado.

Braz acrescenta que a defesa está empenhada em garantir que a “verdade prevaleça”. “Aguardamos com serenidade o devido processo legal para esclarecer essas acusações infundadas”, conclui.

Matéria atualizada às 14h32 do dia 20 de outubro para inclusão do posicionamento da defesa.

Edição: Juliana Andrade

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