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Chuvas causam morte e estragos no Rio Grande do Sul

Moradora de Eldorado do Sul, de 67 anos, morreu dentro de casa
Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 21/11/2023 - 14:59
Brasília
Chuvas no Rio Grande do Sul: Mais de 31 mil pessoas afetadas, 399 desabrigadas e 1.665 desalojadas. Foto: Defesa Civil/RS
© Defesa Civil/RS

A Defesa Civil do Rio Grande do Sul confirmou hoje (21) a quinta morte em decorrência das fortes chuvas que atingem o estado. A vítima é moradora de Eldorado do Sul, na região metropolitana de Porto Alegre.

Segundo a Defesa Civil, a mulher de 67 anos de idade, cujo nome não foi divulgado, estava dentro de sua casa, alagada pelas chuvas dos últimos dias. Parentes a encontraram desacordada, chamaram o socorro, mas a vítima não resistiu,.

“Infelizmente, tivemos a confirmação de mais uma morte em função das chuvas no estado. Uma senhora de 67 anos foi encontrada morta dentro de uma casa alagada em Eldorado do Sul. Meus sentimentos à família”, lamentou o governador Eduardo Leite em seu perfil na rede social X (antigo Twitter).

Devido aos eventos climáticos dos últimos dias, a prefeitura de Eldorado do Sul suspendeu as aulas de 11 escolas municipais nesta terça-feira e suspendeu os atendimentos por tempo indeterminado em ao menos cinco unidades de saúde, incluindo o Pronto Atendimento Central 24h. e a Farmácia Municipal – no interior da qual a água acumulada atingiu cerca de um metro de altura, estragando medicamentos e equipamentos.

Responsável por atender famílias atingidas pelas enchentes na cidade, a Defesa Civil do município está solicitando ajuda de outras cidades para doação de telhas, colchões, alimentos não perecíveis, roupas de cama, produtos de limpeza e higiene. Todo o material arrecadado serão distribuídos entre as pessoas que a prefeitura acolheu no abrigo improvisado em um centro esportivo da cidade.

Desalojados

Segundo a Defesa Civil estadual, o número de pessoas afetadas pelas chuvas intermitentes não para de crescer em todo o estado. Um levantamento preliminar que a assessoria do órgão divulgou esta manhã indica que a quantidade de pessoas desabrigadas acolhidas em abrigos públicos ou de instituições assistenciais aumentou de 2.653 para 3.351 devido às informações que as prefeituras dos municípios atingidos repassaram nas últimas horas.

Além disso, ao menos 24.976 pessoas estão desalojadas e tiveram que buscar abrigo temporário nas residências de parentes ou amigos ou em pousadas e hotéis. O número é mais de três vezes superior do que os 7.527 desalojados informados em boletim anterior da Defesa Civil estadual. Segundo o órgão, só a prefeitura de Arroio do Meio acrescentou 7 mil pessoas à relação.

De acordo com o prefeito de Arroio do Meio, Danilo Bruxel, cerca de metade das residências da cidade está sem energia elétrica e parte da infraestrutura urbana foi afetada pelas águas da chuva ou pelo transbordamento do Rio Taquari. A Defesa Civil estima que a cheia do rio atingiu cerca de 3,9 mil moradores da cidade, forçando 600 pessoas desabrigadas a se acomodarem nas instalações improvisadas em quatro ginásios da região. Em torno de 200 casas foram totalmente destruídas ou condenadas pelas forças d´água.

Capital 

O volume de água no Rio Guaíba também continua aumentando, causando preocupação para famílias ribeirinhas e para moradores de Porto Alegre, capital do estado. Segundo a prefeitura, nesta manhã o nível do rio atingiu 3,46 metros próximo ao Cais Mauá, onde a cota de inundação é de 3 metros de profundidade.

Ontem, a prefeitura já tinha iniciado o processo de fechamento das comportas do sistema de proteção contra as cheias. Hoje, o prefeito Sebastião Melo anunciou que vai decretar situação de emergência devido às enchentes. A medida, que ainda será publicada no Diário Oficial de Porto Alegre (Dopa), visa a facilitar o processo de contratações de serviços e produtos necessários a remediar os impactos da cheia do Rio Guaíba.

Até esta manhã, ao menos 920 pessoas já tinham sido removidas de suas casas. Destas, 134 tiveram que ser acolhidas em dois abrigos provisórios providenciados pela Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc). Um terceiro abrigo deve ser aberto em breve.

"Todos os esforços estão mobilizados para ampliar o acolhimento e oferecer infraestrutura para as pessoas. Estamos trabalhando firme para que a cidade funcione durante este desafio climático que estamos vivendo", afirmou, em nota, o prefeito Sebastião Melo.