República Centro-Africana tem 30 mortos e 60 feridos em três dias
A Cruz Vermelha registrou 30 mortos e 60 feridos nas ruas de Bangui, capital da República Centro-Africana (RCA), nos últimos três dias, declarou hoje (31) Georgios Georgantas, chefe de delegação do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV). Ele disse estar “extremamente preocupado” com a degradação da situação na capital centro-africana que, segundo ele, chegou a um “nível de violência sem precedentes”.
Ele fez um apelo às autoridades centro-africanas e à comunidade internacional para “assumirem as suas responsabilidades”. Georgantas pediu igualmente à população para “respeitar o emblema da Cruz Vermelha e seu pessoal”. “Quando passamos os controles para retirar feridos, são necessárias longas e difíceis negociações. Isto coloca em risco a vida dos feridos e causa muito estresse à equipe”, explicou.
Devido ao toque recolher obrigatório a partir das 18h, os civis feridos ao final do dia ou durante a noite têm de esperar pela manhã do dia seguinte para serem tratados. Apenas no início do dia, os voluntários da Cruz Vermelha vão recolher os corpos e socorrer os que precisam de tratamento.
A República Centro-Africana, um país pobre e em crise nos últimos anos devido a vários golpes de Estado e rebeliões, mergulhou no caos e em uma violência sem precedentes desde a queda do presidente François Bozizé, em março de 2013, provocada pelos rebeldes do Séléka, grupo muçulmano.
Com apoio do Escritório Integrado da ONU para a Construção da Paz na República Centro-Africana, os membros da Autoridade Eleitoral Nacional começaram os preparativos iniciais para uma série de eleições que vai permitir ao país completar sua transição política até o início de 2015.
No último dia 23, a presidenta de transição da RCA, Catherine Samba Panza, tomou posse após ser eleita pelo Parlamento. O presidente interino do país, Michel Djotodia, e o primeiro-ministro, Nicolas Tiangaye, renunciaram ao cargo no dia 10 de janeiro.
* Com informações da Agência Lusa