Governo argentino anuncia inflação de 3,4% em fevereiro
Pelo segundo mês consecutivo, o novo índice oficial de inflação na Argentina supera os 3%. O ministro da Economia, Axel Kicillof, anunciou hoje (17) que o Índice de Preços ao Consumidor Nacional Urbano (IPCNU) de fevereiro atingiu 3,4%. Em janeiro, a taxa havia ficado em 3,7%.
O método de medir a inflação na Argentina tem sido motivo de discussão desde 2007, quando o governo fez uma intervenção no Instituto Nacional de Estatísticas e Censo (Indec), modificando a fórmula de cálculo do custo de vida na Grande Buenos Aires. A média mensal era 1%, mas economistas do setor privado, sindicalistas, associações de consumidores, partidos de oposição e o próprio Fundo Monetário Internacional (FMI) acusavam o governo de manipular os dados.
No ano passado, o Indec registrou uma inflação de 10,9% – quase um terço do valor calculado por consultoras privadas e usado pelos sindicatos para pedir aumentos salariais, que foi 28,3%. O índice oficial antigo, ao contrário do atual, não media a inflação em todo o país.
Com o IPCNU, a diferença entre os índices oficial e dos economistas privados ficou menor. Os partidos de oposição no Congresso anunciam todos os meses seu próprio índice (uma média dos cálculos de diferentes consultorias), que em fevereiro foi 4,3%. A inflação vai pesar nas negociações salariais, entre sindicatos e empresários, que na Argentina precisam ser aprovadas pelo governo. Segundo Kicillof, os altos índices de janeiro e fevereiro resultam de "aumentos injustificados" de preços que, segundo ele, devem se "reacomodar".