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Internacional

Dilma reafirma condenação a uso desproporcional da força por Israel em Gaza

Yara Aquino – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 29/07/2014 - 17:30
Brasília

Ao discursar hoje (29), em Caracas, durante a 46ª Cúpula dos Presidentes do Mercosul, a presidenta Dilma Rousseff defendeu o fortalecimento dos mercados internos dos países integrantes do bloco, manifestou solidariedade à Argentina, que enfrenta uma crise relacionada à dívida externa, e defendeu o cessar-fogo imediato entre Israel e Palestina. Dilma ainda condenou o uso desproporcional da força por Israel.

“Os desafios que o Mercosul tem pela frente decorrem de um processo de integração como é o nosso, com um quadro internacional com algumas instabilidades visíveis. Daí porque é importante fortalecer nossos mercados internos, mercados internos que foram ampliados de forma significativa pelas políticas de inclusão social e distribuição de renda que foram uma das marcas e motores do nosso desenvolvimento”, disse Dilma.

Sobre a construção de uma acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, a presidenta informou que o assunto foi discutido entre os representantes do bloco sul-americano e que é preciso um intercâmbio equilibrado para que o acordo prospere. “No caso da negociação do acordo de associação entre o Mercosul e a União Europeia, nosso bloco já concluiu oferta compatível com os compromissos assumidos nas negociações de 2010. Esperamos agora que o lado europeu consolide a sua oferta. Essa negociação só poderá prosperar com um intercâmbio simultâneo de ofertas.”

A presidenta manifestou solidariedade à Argentina, que enfrenta um desafio no processo de reestruturação da sua dívida soberana. Segundo Dilma, o processo atinge todo o sistema financeiro internacional.

“O problema que atinge hoje a Argentina é uma ameaça, não só para um país irmão, mas atinge todo o sistema financeiro internacional. Não podemos aceitar que a ação de alguns poucos especuladores coloquem em risco a estabilidade e o bem-estar de países inteiros. Precisamos de regras claras e de um sistema que permita foros imparciais, previsibilidade e, portanto, justiça no processo de reestruturação de dívidas soberanas”, afirmou.

No discurso, a presidenta condenou a escalada da violência no conflito entre Israel e Palestina e defendeu um cessar-fogo imediato e permanente.

“Não podemos aceitar impassíveis a escalada da violência entre Israel e Palestina”, afirmou Dilma, lembrando que, desde o princípio, o Brasil condenou o lançamento de foguetes e morteiros contra Israel e reconheceu o direito israelense de se defender. Ela ressaltou, porém, que é preciso destacar a veemente condenação brasileira ao uso desproporcional da força por Israel na Faixa de Gaza. “O governo brasileiro reitera seu um chamado a um cessar-fogo imediato, abrangente e permanente entre as partes”, completou.

Dilma considerou positivo o retorno pleno do Paraguai ao Mercosul e destacou a importância de avançar no livre comércio entre os países do bloco. A presidenta enfatizou ainda a importância de valorizar as relações do Mercosul com os países do Caribe e da América Central.

Os cinco presidentes dos países-membros do Mercosul – Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela – reuniram-se nesta terça-feira, pela primeira vez no âmbito da Cúpula dos Chefes de Estado do Mercosul, em Caracas. No último encontro, em julho do ano passado, o Paraguai estava suspenso e, no anterior, a Venezuela ainda não havia ingressado no bloco.