Procurador de Istambul é feito refém por grupo armado clandestino
O procurador turco Mehmet Selim Kiraz foi feito refém, hoje (31), por homens armados, em um tribunal de Istambul. Kiraz é responsável pelo inquérito sobre a morte de um jovem nas manifestações contra o governo ocorridas no país em 2013.
Durante a ação, ouviram-se disparos no interior do Palácio da Justiça de Caglayan, na zona europeia de Istambul, informaram meios de comunicação locais.
A ação foi reivindicada pelo grupo marxista clandestino Partido/Frente Revolucionária de Libertação do Povo, conhecido por seu envolvimento em diversos ataques e atentados na Turquia nos últimos anos.
Uma foto publicada no Twitter mostra o procurador Kiraz sentado, com uma pistola apontada para a têmpora direita, empunhada por um homem cujo rosto não aparece na foto, enquanto outro homem exibe o documento de identidade do magistrado.
Os meios de comunicação turcos informaram que o grupo emitiu um ultimato até as 15h36 (hora local, 9h36 em Brasília), para que o procurador identifique os agentes da polícia que estão envolvidos na morte de Berkin Elvan. Caso contrário, ameaçavam executá-lo.
Ferido em uma ação policial, durante protesto no início do verão de 2013, Elvan morreu após 269 dias em coma. em março do ano seguinte.
Os sequestradores também exigem a “confissão” dos responsáveis pela agressão ao estudante, e que compareçam perante um “tribunal popular”.
Elvan não resistiu aos ferimentos após ter sido atingido por uma cápsula de gás lacrimogênio nos protestos contra o governo do atual presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, então primeiro-ministro.
A morte do jovem de 15 anos motivou novos protestos em todo o país, que voltaram a ser reprimidos pela polícia turca.
Forças especiais da polícia cercaram o edifício onde o procurador foi feito refém e preparavam uma operação para tentar libertar o magistrado.