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Internacional

ONU pede à União Europeia que amplie perspectiva sobre imigração

Da Agência Lusa
Publicado em 23/04/2015 - 15:49
Genebra

Os responsáveis pelas principais agências mundiais de migração, refugiados e direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) pediram hoje (23) à União Europeia que amplie a atual perspectiva minimalista em matéria de imigração.

Os representantes da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad al Husein, e para os Refugiados, António Guterres, e o diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações, William Lacy Swing, divulgaram declaração conjunta sobre a resposta europeia à crise no Mar Mediterrâneo. Para eles, a "perspectiva minimalista" da União Europeia ficou evidente com o primeiro conjunto de medidas que o bloco comunitário anunciou, no início da semana, para responder à crise da imigração no Mediterrâneo.

As medidas da União Europeia procuram ser uma resposta à escalada sem precedentes da saída incessante de embarcações da Líbia, com destino à Europa, que naufragam frequentemente, como o acidente que no último fim de semana causou a morte de cerca de 800 migrantes.

"[A perspetiva do] cumprimento das leis não vai resolver o problema da migração irregular, e apenas pode aumentar os riscos e abusos que sofrem os migrantes e refugiados", disseram os representantes da ONU.

António Guterres e William Swing participam das operações de socorro aos migrantes resgatados no Mediterrâneo, quando chegam a solo europeu, principalmente na Itália e na Grécia.

Para os representantes da ONU, o bloco europeu deve olhar "além da atual situação e trabalhar com os países de origem e trânsito para eliminar o sofrimento dos migrantes e refugiados". A solução, segundo eles, passa pelo alívio dos fatores que levam as pessoas a tentar fazer travessias marítimas tão perigosas e desesperadas.

Guterres e Swing recomendaram que a ação coletiva da União Europeia inclua, em primeiro lugar, uma operação de busca e socorro importante, proativa e com recursos suficientes para a missão de salvar vidas, e destacaram a importância de criar canais suficientes de imigração regular e segura.

Outro elemento fundamental, na opinião deles, é que os países do bloco se comprometam a receber mais refugiados do que aqueles atualmente aceitos, para ter um verdadeiro impacto.