União Europeia se reúne para discutir crise migratória do Mediterrâneo
Os chefes de Estado e de governo da União Europeia (UE) vão promover um Conselho Europeu extraordinário na próxima quinta-feira (23) em Bruxelas, para debater as mais recentes tragédias no Mediterrâneo, anunciou hoje (20) o presidente do Conselho Europeu.
“A situação no Mediterrâneo é dramática. Não pode continuar assim. Não podemos aceitar que centenas de pessoas morram ao tentar atravessar o mar rumo à Europa. Foi por isso que decidi convocar um Conselho Europeu extraordinário para esta quinta-feira”, afirmou Donald Tusk, em vídeo divulgado na rede social Twitter.
"Há desafios que só podem ser adequadamente respondidos se houver uma abordagem cooperativa, como é o caso dos fluxos migratórios. Não posso, nesse contexto, deixar de lamentar profundamente os trágicos acontecimentos deste fim de semana, que reforçam ainda mais a premência de todos trabalharmos juntos em uma solução para o flagelo a que temos assistido no Mar Mediterrâneo", disse o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho.
Os ministros do Interior e dos Negócios Estrangeiros da UE também devem se reunir ainda hoje em Luxemburgo, após a reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros, para avaliar respostas para a crise migratória. As autoridades europeias devem debater o que pode e deve ser feito para que essas catástrofes não se repitam e sobre como podem agir na Líbia para impedir que a situação política interna deixe caminho livre aos traficantes de seres humanos.
Os fluxos migratórios da África para a Europa têm aumentado consideravelmente nos últimos anos. A superlotação e a falta de condições das embarcações levam, muitas vezes, à morte de centenas de pessoas. Atualmente, a Guarda Costeira italiana resgata de 500 a 1.000 pessoas por dia.
Nesta segunda-feira, a chanceler alemã, Angela Merkel, cobrou respostas da Europa sobre o mais recente naufrágio de imigrantes no Mediterrâneo, que matou centenas de pessoas. “Como milhões de alemães”, Angela Merkel está chocada com o naufrágio desse domingo ao largo da Líbia, em que podem ter morrido 700 pessoas, disse o porta-voz, Steffen Seibert, à imprensa em Berlim.
Ainda segundo o porta-voz, o fato de naufrágios ocorrerem “com triste regularidade no Mediterrâneo” não é uma situação digna para a Europa. Ele acrescentou que um continente que tem um compromisso com a humanidade precisa encontrar respostas, mesmo quando não há respostas fáceis.
Para o governo alemão, a prioridade é salvar o maior número de vidas e, a médio e longo prazo, reforçar a luta contra o tráfico de pessoas e estabilizar os países de origem dos migrantes.
*Com informações da Agência Lusa