Príncipe jordaniano retira candidatura à Fifa e facilita vitória de Blatter

Publicado em 29/05/2015 - 20:08 Por Alex Rodrigues e Pedro Peduzzi- Repórteres da Agência Brasil - Brasília

Após garantir 73 votos durante a eleição para presidência da Federação Internacional de Futebol (Fifa) e forçar a realização de um segundo turno, o príncipe jordaniano Ali Bin Al Hussein desistiu da disputa sem explicações. Ele surpreendeu os participantes do congresso da entidade e contrariou os que previam uma vitória fácil de Joseph Blatter já no primeiro turno.

Hussein foi breve ao anunciar sua decisão. Em pronunciamento de apenas 21 segundos, agradeceu àqueles que votaram nele e, sem expor motivos, disse apenas que estava deixando a disputa.

“Quero agradecer a todos. Foi uma jornada maravilhosa conhecer e trabalhar com vocês. Agradeço aos que me apoiaram. Dito isso, estou deixando a disputa. Desejo boa sorte a todos no futuro", disse o príncipe.

Ali Bin Al Hussein conseguiu apoio após o escândalo de corrupção envolvendo alguns dos principais dirigentes da Fifa, entre eles o do presidente da União das Federações Europeias de Futebol (Uefa), Michel Platini, e da Associação de Futebol Argentino (AFA).

Com a desistência de Hussein, Blatter conquistou seu quinto mandato para a principal entidade do futebol mundial. O suíço está no comando da federação desde 1998. Em seu primeiro discurso como presidente eleito, ele afirmou que sua missão é “colocar a Fifa no caminho certo”.

Durante o primeiro turno da votação, Blatter teve 133 votos e Al Hussein 73. Por apenas seis votos, o suíço não venceu sem a necessidade de segundo turno.

Entre os oito dirigentes e ex-dirigentes presos na última quarta-feira, está o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin. Nove cartolas e cinco empresários esportivos de várias nacionalidades, entre eles os sete presos, já foram denunciados à Justiça norte-americana.

Eles são suspeitos de cobrar propinas ao negociar contratos de direitos de transmissão de jogos organizados pela Fifa ou por entidades a ela associadas. As autoridades norte-americanas também investigam indícios de fraude na escolha dos países-sede das duas próximas Copas do Mundo (Rússia, em 2018, e Catar, em 2022). Segundo a Promotoria de Justiça de Nova York e o FBI, o esquema pode ter movimentado mais de US$ 150 milhões em mais de duas décadas.

Edição: Armando Cardoso

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