Kerry se reúne com chanceler cubano e diz que irá a Havana em agosto
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, recebeu hoje (20) o chanceler cubano Bruno Rodríguez em seu gabinete na sede do Departamento de Estado, em Washington. Kerry disse que irá a Havana no dia 14 de agosto inaugurar oficialmente a Embaixada dos Estados Unidos na capital cubana. Nesta segunda-feira, Cuba e Estados Unidos reabriram suas embaixadas.
“Esta é a primeira visita ao Departamento de Estado de um chanceler cubano desde 1958. E [o dia de] hoje marca também a retomada dos laços diplomáticos entre nossos países e a reabertura de nossas embaixadas depois de uma ruptura que durou 54 anos”, disse Kerry, em entrevista coletiva.
De acordo com Kerry, o processo de total normalização das relações entre Estados Unidos e Cuba vai continuar e deve ser “longo e complexo”. “Este momento histórico não significa um fim às diferenças que ainda separam nossos governos, mas reflete a realidade de que a Guerra Fria acabou há um bom tempo. Os interesses dos dois países são mais bem servidos pelo engajamento, e não pelo estranhamento. Começamos o processo de normalização, que vai levar tempo, mas vai beneficiar as pessoas em Cuba e nos Estados Unidos.”
Hoje, a bandeira cubana foi hasteada em frente ao Departamento de Estado norte-americano em um gesto histórico que marca a retomada dos laços diplomáticos entre Cuba e Estados Unidos e a reabertura das embaixadas nas duas capitais, após 54 anos.
O restabelecimento oficial das relações diplomáticas entre os dois países, após mais de meio século de tensões herdadas da Guerra Fria, marca o fim da primeira fase desse processo, iniciado em 17 de dezembro do ano passado. Entretanto, o presidente cubano, Raúl Castro, insiste em dizer que as relações bilaterais só serão normalizadas quando o presidente norte-americano, Barack Obama, adotar medidas para pôr fim ao embargo imposto à ilha em 1962.
No final de maio, Washington suspendeu o principal obstáculo ao reatamento de relações diplomáticas ao retirar Cuba da lista norte-americana de países que apoiam o terrorismo.
As relações diplomáticas entre os dois países estavam suspensas desde 1961, após uma decisão do então presidente norte-americano, Dwight Eisenhower, na sequência de uma aproximação dos revolucionários castristas com a União Soviética e do confisco dos bens norte-americanos na ilha caribenha.
Desde 1977, os dois países, separados pelo Estreito da Flórida (Sudeste dos Estados Unidos), estavam representados apenas por seções de Interesses em Washington e Havana, encarregadas de tarefas consulares.