Polícia francesa e migrantes entram em confronto perto do Porto de Calais
A polícia francesa e um grupo de migrantes entraram em confronto hoje (29) próximo do Porto de Calais, no Norte de França. O episódio levou o presidente da Câmara de Vereadores de Teteghem, Frank Dhersin, a pedir o "desmantelamento imediato" do campo de refugiados que existe na região.
Segundo a agência France Presse, os confrontos começaram quando a polícia cumria os procedimentos de controle no campo de Teteghem, próximo à Calais, após denúncias de que o centro estaria sendo controlado por uma rede de tráfico de pessoas. Ainda não há notícias de feridos.
Frank Dhersin descreveu o centro de refugiados como uma "área sem lei". "Dei ordens para o desmantelamento imediato do campo, se necessário, pela força. O centro está nas mãos de traficantes. É uma máfia que funciona como um gangue de tráfico de drogas", disse Dhersin.
O vereador disse que as autoridades policiais francesas têm detido alguns traficantes na região, mas apenas "peixes-pequenos", e acusou o governo britânico de não conseguir deter os "chefes da máfia" que, segundo ele, estão no Reino Unido.
O centro de refugiados de Teteghem abriga atualmente cerca de 250 migrantes, na maioria sírios, iraquianos, iranianos e vietnamitas, e acolhe refugiados com mais recursos, que podem pagar milhares de euros para serem transportados, através do Canal da Mancha, para o Reino Unido.
Cerca de 6 mil refugiados estão abrigados a poucos quilômetros de distância, no campo New Jungle (Nova Selva), em Calais, ainda à espera de encontrar uma forma de seguir viagem pelo túnel de carro, comboio ou barco.
Hoje, o ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, disse que as medidas de reforço na segurança, introduzidas na semana passada na região de Calais – que incluiu o envio de uma força adicional de 400 policiais – já começam a dar resultados.
Cazeneuve disse que nenhum migrante conseguiu atravessar o Canal da Mancha desde domingo e que as tentativas diárias de cruzar o canal caíram de cerca de 1,3 mil para pouco mais de 240.
Com 1.125 policiais na região, Cazeneuve afirmou que o forte esquema de segurança na região "envia uma mensagem" aos traficantes de pessoas.
Paralelamente, duas agências não-governamentais pediram hoje assistência humanitária de emergência aos migrantes concentrados no campo New Jungle, que incluem o reforço de água potável e de serviços sanitários.