Países formam aliança global sobre construções para combater mudanças climáticas
Dezoito países e mais de 60 organizações lançaram hoje (3) a Aliança Global para Edifícios e Construção para acelerar e intensificar o potencial do setor na redução de suas emissões e construir uma maior resiliência climática nas futuras cidades e infraestruturas. O Brasil é um dos países que integram essa aliança, que tem o objetivo de alinhar os diferentes atores do setor da construção.
A iniciativa foi anunciada pela Agenda de Ação Lima-Paris (LPAA, na sigla em inglês) – uma espécie de fórum de engajamento da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas – durante a 21ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP 21), em Paris.
Segundo a LPAA, o setor dos edifícios e construção é responsável por 30% das emissões globais de dióxido de carbono (CO2), mas também tem o potencial de evitar sobre 3,2 gigatoneladas de CO2 até 2050 por meio de políticas e tecnologias de integração de hoje disponíveis. “Reduzir a procura de energia no setor da construção é uma das estratégias mais rentáveis para alcançar reduções significativas de gases de efeito estufa”, informou.
O setor imobiliário representa cerca de 50% da riqueza global. Fazer essa mudança, proposta pela aliança, exigirá investimentos adicionais em torno de US$ 220 bilhões em 2020. Isso representa um aumento de quase 50% em relação ao investimento feito em eficiência energética dos edifícios em 2014, mas é menos de 4% do atual investimento anual na atividade de construção mundial. Retornos desses investimentos em ações políticas e tecnológicas poderiam ser maiores que 124% se eles estiverem sendo feitos agora.
A partir de hoje, 91 países incluíram elementos de compromissos, programas nacionais ou projetos e planos relativos a edifícios em suas Contribuições Nacionalmente Determinadas Pretendidas (INDCs), que é o conjunto de metas de redução de gases de efeito estufa de cada país.
“Enquanto as cidades continuam crescendo e mais de 70% da população mundial vive em áreas urbanas, torna-se crucial para o setor reduzir suas emissões e, literalmente, construir uma maior resiliência às alterações climáticas”, informou a LPAA.
Além do Brasil, integram a aliança: Áustria, Camarões, Canadá, Finlândia, França, Alemanha, Indonésia, Japão, México, Marrocos, Noruega, Senegal, Singapura, Suécia, Tunísia, Ucrânia, Emirados Árabes Unidos e Estados Unidos.
Entre as organizações que participam da aliança está a União Internacional de Arquitetos, que representa, por meio de organizações nacionais, perto de 1,3 milhão de arquitetos em todo o mundo; o World Green Building Council, que representa 27 mil empresas de construção civil e fomenta o mercado de edifícios sustentáveis; a Royal Institution of Chartered Surveyors, que representa 180 mil inspetores de construção em nível mundial; e a Federação Europeia da Indústria da Construção, que representa as empresas do setor de construção por meio de 33 federações nacionais em 29 países.
Matéria alterada no quarto parágrafo, às 8h40 do dia 4/12/2015, para esclarecimento de informação