Obama defende diálogo entre policiais e comunidade negra dos Estados Unidos
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse hoje (10) que quer promover o diálogo e a compreensão entre agentes de segurança e as pessoas que protestam contra violência policial contra negros. “Quero que todas as partes possam ouvir umas às outras”, disse, em entrevista coletiva na Espanha.
Ao lado do primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, em Madrid, o presidente norte-americano disse que quer dedicar “as próximas semanas” e o tempo restante de seu governo para a causa.
“Acho que a maioria das pessoas que fazem parte deste movimento Black Lives Matter [Vidas negras importam] deseja que o relacionamento entre a polícia e a comunidade melhore. Temos um departamento de Dallas que está fazendo as reformas exigidas pelo movimento, por isso foram alvo do ataque. Devido à sua abertura, sua relação com a comunidade, conseguiu reduzir tudo o que está relacionado à violência”, disse o presidente norte-americano.
“Espero que todos neste movimento e outras organizações de direitos civis mantenham um tom respeitoso, porque é uma questão de prática, porque é assim que eles vão ganhar a mudança”, acrescentou.
Obama viajará na próxima terça-feira (12) a Dallas para discursar em honra dos cinco policiais mortos na semana passada durante um protesto contra a violência policial e o racismo, segundo o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest.
Respeito
O presidente dos Estados Unidos, disse também que espera que “as organizações policiais também respeitem as frustrações que os membros dessas comunidades sentem, e não desprezem os protestos e reivindicações”. Segundo ele, é importante que a polícia reconheça a existência de fatos que embasam as preocupações dos manifestantes.
“Estamos falando de coisas muito valiosas. Este reconhecimento vai ajudar que seja mais segura a sua tarefa, é interesse da polícia que haja confiança sobre ela e que se elimine qualquer ressentimento.”
Em sua fala em Madri, Obama lembrou as muitas lutas que os Estados Unidos travaram pelos direitos civis, que em muitos momentos foram “controversas e difíceis” e disse que, em um movimento como Black Lives Matter sempre haverá pessoas que mostram “falta de inteligência, imprudência e simplifiquem as coisas”, mas “não se pode culpar os bons ativistas”, porque qualquer pessoa preocupada com o viés racista no sistema penal, que mantenha um tom sincero e sério, vai mobilizar a sociedade norte-americana para que haja reformas”.
Ontem (9), mais um dia de protestos contra a ação violenta de policiais em relação aos negros registrou confrontos, prisões, tumultos e pessoas feridas nos Estados Unidos.