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Internacional

Colômbia inicia negociações de paz com o Exército de Libertação Nacional

Da Agência Ansa
Publicado em 08/02/2017 - 10:44
Bogotá
Colômbia - Na Colômbia, o presidente Juan Manuel Santos e o comandante das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Rodrigo Echeverri, o
© EPA/Olivier Douliery/ Lusa/direitos reservados

O governo colombiano anunciou o início das negociações de paz com o Exército de Libertação Nacional (ELN), o maior grupo guerrilheiro ainda em atividade no país, já que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) chegaram a um acordo com o governo em 2016. A informação é da Agência Ansa, da Itália.

O ato de abertura formal das negociações ocorreu na última terça-feira (7), em uma comunidade jesuíta de Quito, capital do Equador, e contou com a presença de negociadores dos dois lados e membros do governo local, liderados pelo chanceler Guillaume Long.

Tanto a Colômbia quanto o ELN se disseram dispostos a prosseguir com o diálogo "sem complicações". Pablo Beltrán, chefe da delegação da guerrilha, afirmou que o grupo "aceitará sua responsabilidade pelos fatos ocorridos" durante mais de 50 anos de conflito e mostrou confiança de que o outro lado "fará o mesmo".

Por sua vez, Juan Camilo Restrepo, líder dos negociadores de Bogotá, cobrou do ELN uma "renúncia pública" a atividades de sequestro. As negociações deveriam ter começado ainda em 2016, mas a recusa da guerrilha em libertar o ex-congressista Odín Sánchez Montes Ocoa acabou atrasando o início. A vítima foi solta na semana passada, permitindo o começo das negociações.

O ELN tem um contingente estimado em 1,5 mil militantes, atrás apenas das Farc, que assinaram um acordo de paz com a Colômbia no fim de 2016. O pacto rendeu o prêmio Nobel da Paz ao presidente Juan Manuel Santos.

A aproximação entre o governo e a guerrilha começou em 2014, em reuniões secretas realizadas em Equador, no Brasil e na Venezuela, com Cuba e o Chile como observadores. As conversas exploratórias terminaram em 2016, quando os dois lados anunciaram a disposição de começar as negociações, que também serão monitoradas por nações como a Itália, Alemanha, Holanda, Suécia, Suíça e Noruega.