Coreia do Norte lança novo míssil; Conselho de Segurança da ONU se reúne hoje

Publicado em 13/02/2017 - 08:53 Por Radio France Internationale - Paris

Foto de arquivo divulgada pela Agência Central de Notícias da Coreia do Norte do teste nuclear feito no domingo

Foto do teste nuclear de domingoKCNA/Divulgação/Agênciaentral de Notícias da Coreia do Norte/Agência Lusa

A Coreia do Norte anunciou nesta segunda-feira (13) que testou com sucesso um novo míssil balístico lançado ontem (12) de uma base aérea situada no oeste do país. As informações são Radio France Internationale.

O dirigente norte-coreano Kim Jong-Un se disse “satisfeito que a Coreia do Norte tenha outro meio de ataque nuclear que reforce a potência do país”, segundo declaração à agência oficial de imprensa, KCNA.

O tiro percorreu 500 quilômetros em direção ao leste antes de cair no Mar do Japão, segundo o Ministério sul-coreano da Defesa. O teste é considerado pelo presidente americano Donald Trump uma “provocação” do regime norte-coreano. O assunto será discutido hoje à noite pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

As fotografias divulgadas pela agência norte-coreana KCNA mostram o lançamento do míssil de médio a longo alcance Pukguksong-2, enquanto o líder norte-coreano assiste ao teste sorrindo, acompanhado de dezenas de soldados e cientistas. Ele guiou “pessoalmente” os preparativos.

O motor do míssil utiliza combustível sólido, acrescentou a KCNA, o que diminui o tempo de abastecimento. A maioria dos mísseis usa combustível líquido, diz Yun Duk-Min, analista no Instituto de Relações Exteriores e da Segurança da Coreia do Sul. A detecção desse tipo de míssil pelos satélites de segurança também é mais complicada, explicou. “Isso representa também uma ameaça maior para os adversários”, acrescentou. Esta é a primeira vez que a Coreia do Norte fala abertamente sobre o Pukguksong-2.

Reações

O premiê japonês Shinzo Abe, que passou o fim de semana na companhia de Donald Trump, na Flórida, não aprovou a ousadia norte-coreana e reagiu dizendo que o lançamento foi uma provocação "intolerável". Já o presidente americano preferiu ignorar a operação militar da Coreia do Norte. No entanto, Trump fez questão de manifestar seu apoio ao Japão no episódio do míssil balístico deste domingo. "Quero que todos entendam e estejam cientes de que os Estados Unidos apóiam o Japão, seu maior aliado, em 100%", afirmou o presidente americano.

O lançamento do míssil norte-coreano deverá testar o compromisso de Donald Trump, que prometeu endurecer em relação ao regime de Kim Jong-un, que no ano passado testou mísseis nucleares e balísticos violando resoluções da ONU.

Um membro da equipe do governo dos Estados Unidos informou que o ato "não é uma surpresa," e sim uma "provocação" da Coreia do Norte, algo que já era “esperado” depois da posse de Trump. "O líder norte-coreano gosta de chamar a atenção para momentos como este ", afirmou o funcionário americano.

Ele declarou ainda que a Casa Branca vai estudar diferentes possíveis reações ao lançamento do míssil, mas que a resposta deverá ser gradual para evitar uma escalada nuclear, uma vez que, segundo o Pentágono, o projétil era um míssil de “alcance médio ou intermediário”, e não um verdadeiro ICBM, a sigla que determina mísseis balísticos intercontinentais.

Sanções

As resoluções da ONU proíbem a Coreia do Norte de implementar programas nucleares ou balísticos. Desde o primeiro teste, em 2006, o regime já foi alvo de seis rodadas de sanções que não alteraram os planos do regime em abandonar suas ambições militares. Em 2016, a Coreia do Norte fez dois testes nucleares e lançou cerca de vinte mísseis balísticos.

Últimas notícias