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Internacional

Sudão do Sul corre risco de enfrentar "catástrofe de fome", alerta ONU

Da Rádio ONU
Publicado em 21/02/2017 - 17:24
Nova York (EUA)
Seca na África
© Divulgação - UN Photo/John Isaac
Milhares de pessoas estão ameaçadas por uma séria escassez de comida no Sudão do Sul

Milhares de pessoas estão ameaçadas por uma séria escassez de comida no Sudão do SulFoto: Acnur/Rocco Nuri

Cerca de 4,9 milhões de pessoas no Sudão do Sul, o correspondente a mais de um terço da população do país, localizado no Nordeste da África, poderão enfrentar severa falta de alimentos nos próximos meses. O alerta é das várias agências da Organização das Nações Unidas (ONU), segundo as quais o nível de insegurança alimentar no país atingiu o ponto mais alto desde o início dos conflitos armados na região, há mais de três anos. As informações são da Rádio ONU em Nova York.

O governo do Sudão do Sul já declarou situação de fome em algumas regiões do centro-norte do país. No total, a mais nova nação do mundo tem cerca de 100 mil pessoas nessa situação. Segundo as Nações Unidas, mais de 1 milhão de pessoas estão peito de passar fome devido a uma combinação perversa de guerra civil e colapso econômico.

A declaração formal da situação de fome em áreas do país indica que já começam a morrer pessoas na que é considerada "a pior catástrofe" desde o início do conflito civil. O quadro integrado de classificação da segurança alimentar indica que 4,9 milhões de pessoas precisam de alimentos no país.

O alerta das agências humanitárias é de que a crise pode se espalhar se não houver ajuda. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Programa Mundial de Alimentação (PMA) querem medidas urgentes na área para evitar a morte de mais pessoas.

Sofrimento persisente

Com uma assistência adequada e sustentada, a ser dada com urgência, a situação de fome pode melhorar nos próximos meses e ser atenuado o sofrimento das vítimas, alertam as agências da ONU. Porém, se nada for feito para reduzir a expansão da insegurança alimentar, prevê-se que 5,5 milhões de pessoas possam enfrentar essa situação durante o auge da temporada de escassez, em julho próximo.

As agências revelam que os três anos de conflito prejudicaram a produção agrícola e os meios de subsistência rurais em todo o Sudão do Sul. Desde que a violência piorou, em julho passado, a produção de alimentos foi arrasada, incluindo áreas que antes eram estáveis. A taxa anual de inflação aumentou até 800%, e a falha nos mercados das áreas mais dependentes do comércio para atender às necessidades alimentares agravaram a situação.

Nas áreas urbanas, as populações tentam lidar com o enorme aumento dos preços dos alimentos básicos. Desde o início do conflito, a FAO, o PMA e o Unicef realizaram operações de socorro na região com parceiros. Em 2016, as três entidades realizaram várias campanhas em massa para atenuar os efeitos da crise humanitária.