Conselho de Segurança não aprova sanções à Síria pelo uso de armas químicas

Publicado em 01/03/2017 - 17:20 Por Da Agência Xinhua* - Nova York (EUA)

Votação no Conselho de Segurança da ONU sobre sanções à Síria

   Conselho  de  Segurança  da  Organização  das  Nações  Unidas  veta  sanções  à  Síria   ONU News/Divulgação

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) não aprovou ontem (28), por 9 votos a favor, 3 contra e 3 abstenções um projeto de resolução que visava impor sanções ao uso e produção de armas químicas na Síria. Apesar da maioria dos votos a favor, a matéria não foi aprovada porque a Rússia e a China votaram contra e, como membros permanentes do Conselho, têm poder de vetar o documento. A Bolívia também votou contra a resolução.

Dos 15 países-membros do Conselho de Segurança, nove foram a favor do projeto (Estados Unidos, França, Reino Unido, Itália, Suécia, Uruguai, Japão, Senegal e Ucrânia) e três (Cazaquistão, Egito e Etiópia) abstiveram-se de votar. A votação ocorreu enquanto uma nova rodada de negociações de paz sobre a Síria está em andamento em Genebra.

Se aprovado no Conselho de Segurança, o projeto de resolução teria imposto o congelamento de ativos e proibições de viagens a indivíduos e entidades associadas ao governo sírio, com base em alegações de ataques de armas químicas feitas por uma investigação conjunta da ONU e da Organização para a Proibição de Armas Químicas.

A investigação conjunta concluiu que o governo sírio esteve envolvido no uso de produtos químicos tóxicos como armas em três casos e que o grupo terrorista Estado Islâmico usou gás mostarda em uma ocasião.

Oposição

O embaixador chinês na ONU, Liu Jieyi, disse ao Conselho, após a votação, que as investigações sobre o uso de armas químicas ainda estão em andamento e que é muito cedo para chegar a uma conclusão final. "Mas nós nos opomos ao uso de armas químicas por qualquer Estado, qualquer organização e qualquer indivíduo, em qualquer circunstância," afirmou.

O vice-embaixador russo, Vladimir Safronkov, disse que o projeto foi colocado em votação com base em uma doutrina dos estados ocidentais, apesar dos esforços feitos em Genebra para resolver a crise síria. "Vemos isso como uma tentativa de retardar e minar os atuais esforços políticos e diplomáticos," disse Safronkov.

O projeto de resolução também teria proibido o fornecimento de helicópteros ao governo sírio. Safronkov disse que a medida prejudicaria o combate ao terrorismo, bem como os esforços de ajuda humanitária na Síria.

A embaixadora dos Estados Unidos (EUA) na ONU, Nikki Haley, disse ao Conselho de Segurança que ninguém deveria hesitar em impor consequências para os ataques de armas químicas. Ela disse que os Estados Unidos já identificaram cada pessoa e cada entidade listada no projeto de resolução para sanções e prometeu trabalhar com a União Europeia e outros parceiros para pressionar por sanções semelhantes o mais breve possível.

*Com informações da Rádio ONU

Edição: Graça Adjuto

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