China cria regulamento para censurar vídeos tidos como "anormais"

Publicado em 30/06/2017 - 12:59 Por Da Agência EFE - Shangai (China)

Enquanto várias cidades do mundo promovem a Parada Gay por esses dias, a China mostrou novamente hoje (30) sua rejeição ao tema e alertou que irá censurar vídeos na internet que mostrem imagens que sejam consideradas "anormais". Segundo a agência oficial de notícias Xinhua, o novo regulamento da Associação de Netcasting da China ordena uma "rígida análise" das gravações colocadas na internet relacionadas a temas como "terrorismo, superstição e homossexualidade".

"Vídeos que mostrem atos ou relações sexuais 'anormais', como o incesto, a homossexualidade e a violência ou o abuso sexual devem ser removidos", diz a nota. A informação é da agência EFE.

Apesar da homossexualidade não ser proibida na China desde 1997 e ter sido desclassificada no país como distúrbio mental em 2001, a maioria dos chineses ainda enxerga a questão como uma doença e o governo não possui qualquer tipo de medida protetiva para o público LGBT no país, atualmente formado por cerca de 70 milhões de pessoas.

O regulamento determina que todos os fornecedores de serviços audiovisuais online estabeleçam um princípio de "revisão inicial" e examinem cuidadosamente o conteúdo antes de transmiti-lo. Os fornecedores de vídeo devem ter pelo menos três censores profissionais para cada programa emitido e terão que vigiar o conteúdo do princípio ao fim.

"Os fornecedores devem estar atentos às normas políticas e estéticas e produzir programas que se centrem nas pessoas e promovam os valores socialistas e a cultura chinesa", aponta o comunicado.
Segundo as regras, é proibido produzir programas “com conteúdo que viole as leis e as políticas religiosas, ponham em risco o interesse nacional, incitem o ódio étnico ou infrinjam a privacidade”.

As cenas que danificam a imagem nacional, menosprezam os líderes revolucionários, propagam as conquistas militares dos antigos imperadores ou divulgam o extremismo religioso devem ser cortadas ou apagadas, bem como as que ressaltam violência e assassinatos, drogas, jogos de azar e superstições, como magia e reencarnação.

O conteúdo pornográfico e vulgar também deve ser suprimido, segundo o regulamento, que enumera a prostituição, o estupro e os assuntos extraconjugais como alguns dos temas que devem ser evitados.

Quem violar os regulamentos receberá uma punição que pode ir da crítica pública até uma investigação mais profunda.

Edição: Augusto Queiroz

Últimas notícias
O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, durante cerimônia de posse do diretor-geral da PF, na sede da corporação, em Brasília.
Justiça

AGU pede ao STF apuração de posts com divulgação de decisões de Moraes

O jornalista Michael Shellenberger divulgou na rede social X decisões sigilosas de Alexandre de Moraes. Para AGU, há suspeita de interferência no andamento dos processos e violação do sigilo dos documentos.