Panamá estabelece relações diplomáticas com a China após romper com Taiwan
O Panamá estabeleceu relações diplomáticas com a China, após romper os laços com Taiwan. O comunicado para formalizar o início do relacionamento diplomático foi assinado hoje (13) pela vice-presidente e chanceler do Panamá, Isabel de Saint Malo, e o ministro de Relações Exteriores da China, Wang Yi, em Pequim.
No comunicado conjunto, o governo do Panamá reconhece que existe “uma só China” no mundo. “O governo da República Popular da China é o único governo legítimo que representa toda a China, e Taiwan forma parte inalienável do território chinês. O governo da República do Panamá rompe hoje suas relações diplomáticas com Taiwan e se compromete a deixar de ter relação ou contato oficial com Taiwan”, diz o documento.
A vice-presidente panamenha destacou que a nação centroamericana se junta aos 174 países que reconhecem “a política de uma só China”. “Concretizamos hoje um passo importante e vamos começar uma aliança estratégica que resultará em benefício para ambas as nações e povos”, disse Isabel de Saint Malo.
Segundo ela, os países começarão a trabalhar em uma agenda bilateral em matéria de comércio, agricultura, cooperação marítima, entre outros temas. A chanceler ressaltou que o Panamá pretende aumentar o intercâmbio comercial e incrementar as exportações dos produtos panamenhos para a China.
As duas nações já mantêm relações comerciais, e de acordo com o Ministério de Relações Exteriores em Pequim, a China é o segundo maior usuário do Canal de Panamá.
Para o chanceler chinês, este é um momento histórico para as relações sino-panamenhas que começam um novo capítulo. “Esta importante decisão tomada pelo presidente [Juan Carlos] Varela corresponde aos interesses nacionais do Panamá e concorda plenamente com a tendência de desenvolvimento de nossa era e com a configuração internacional de uma só China”, disse.
Taiwan
China e Taiwan têm uma divergência de mais de seis décadas por questões de soberania. A China considera a ilha uma província chinesa, enquanto Taiwan se autoproclama um Estado autônomo.
No início de 2016, Taiwan elegeu pela primeira vez uma mulher para presidente. Uma das primeiras medidas adotadas por Tsai Ing-wen foi anunciar que se recusaria a aceitar a noção de uma China unificada sob o comando de Pequim.
O presidente chinês Xi Jinping declarou, em meados do ano passado, que a China não aceitará nenhuma ação voltada à obtenção de independência por Taiwan e se oporá às forças separatistas.
*A repórter viajou a convite do Centro de Imprensa China-América Latina e Caribe