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Internacional

Cuba se recusa a participar de mediação internacional sobre crise na Venezuela

Da EFE
Publicado em 26/07/2017 - 11:40
Havana
Venezuela tem dia de protestos contra e em defesa do presidente Nicolás Maduro.
© Agência EFE

Cuba negou "categoricamente", nesta quarta-feira (26) a intenção de participar em uma eventual mediação internacional para buscar uma saída política à crise da Venezuela e exigiu o "absoluto respeito" à soberania e autodeterminação desse país. As informações são da agência de notícias EFE.

No ato central pelo Dia da Rebeldia Nacional em Pinar del Río, o segundo secretário do Partido Comunista de Cuba, José Ramón Machado Ventura, rejeitou as "insinuações" e "elocubrações" de um "influente jornal" sobre a suposta implicação de Cuba nessa mediação internacional.

Ainda que não tenha mencionado expressamente, Machado Ventura fazia referência a uma notícia publicada pelo jornal Financial Times na semana passada por ocasião da visita oficial a Cuba do presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos.

Segundo o jornal, Santos viajou para a ilha para propor ao presidente Raúl Castro que participe da mediação internacional para uma saída política na Venezuela, já que é o principal aliado na região do governo de Nicolás Maduro, informação que não foi confirmada oficialmente por nenhum dos dois países.

Aparentemente, a proposta, que segundo o jornal contava com o apoio dos governos de México e Argentina, implicava em convencer Maduro a suspender as eleições para a Assembleia Constituinte convocada para 30 de julho, que a oposição rejeita frontalmente.

"Quem tenta no exterior dar lições de democracia e direitos humanos enquanto encoraja a violência golpista e o terrorismo deve tirar suas mãos dessa nação", disse Machado Ventura, que é também um dos vice-presidentes cubanos.

O segundo secretário do partido e braço direito de Raúl Castro apontou que "só compete ao povo e ao governo bolivariano superar as suas dificuldades sem intromissão estrangeira em seus assuntos internos".

O vice-presidente cubano salientou que nas últimas semanas aumentaram as ações "desestabilizadoras" contra o governo do presidente "constitucional" Nicolás Maduro, que enfrenta desde abril constantes manifestações, e enfrentamentos violentos entre opositores e chavistas com um saldo de uma centena de mortos.

Segundo Machado Ventura, essa situação é uma "guerra não convencional" à qual recentemente se somou o governo do presidente americano, Donald Trump, que ameaçou impor sanções econômicas unilaterais se Maduro não abandonar o poder.

Apesar da presença de Raúl Castro, Machado Ventura discursou hoje no ato que festeja o 64º aniversário dos ataques fracassados aos quartéis de Moncada, em Santiago, e Carlos Manuel de Céspedes, em Bayamo, em 26 de julho de 1953, e que é considerada a primeira ação armada da revolução cubana que triunfou em 1959.