Secretário-geral da ONU faz primeira visita a Israel e à Palestina
O secretário-geral da ONU, António Guterres, parte amanhã (25) de Nova York rumo ao Kuwait, primeira parada da sua viagem ao Oriente Médio, que inclui uma agenda de trabalho em Israel e na Palestina. Será a primeira visita de Guterres a estes países desde que assumiu o cargo, anunciou hoje (24) o porta-voz das Nações Unidas, Stéphane Dujarric, em entrevista coletiva. A informação é da EFE.
Guterres deve se reunir no domingo com o emir kuwatiano, Sabah Ahmed al Sabah, e com outras autoridades do país para analisar a situação na região, inclusive seus esforços de mediação na crise regional com o Catar. Nesse mesmo dia, o líder da ONU viajará a Israel e à Palestina, onde desenvolverá o grosso de sua agenda entre segunda e quarta-feira.
António Guterres se reunirá tanto com autoridades israelenses quanto com palestinas para discutir as possibilidades de desbloquear o processo de paz. "O assunto é importante na agenda da ONU. Para o secretário-geral, é importante visitar esses dois lugares no seu mandato", apontou Dujarric.
Segundo o porta-voz, Guterres reiterará "o compromisso das Nações Unidas para oferecer a israelenses e palestinos todo o apoio possível para alcançar uma solução global de dois Estados, que é a única opção para satisfazer as aspirações nacionais dos dois povos".
Jared Kushner, assessor e genro do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também está na região com a intenção impulsionar um reinício das negociações de paz. Segundo Dujarric, as duas visitas não foram coordenadas e são uma "coincidência".
Nos últimos anos, as relações entre a ONU e Israel foram tensas, sobretudo pelas duras críticas da organização à política de assentamentos. A Secretaria-Geral das Nações Unidas afirma que essas ações por parte de Israel são ilegais, uma mensagem que ganhou força no final do ano passado com uma resolução na qual o Conselho de Segurança da ONU pediu o fim da expansão das colônias.
O governo israelense, por sua vez, acusa as Nações Unidas de ser parcial e de acossar o país, alegação que é apoiada pelos EUA, desde a chegada de Trump à presidência.