Bangladesh envia lista a Myanmar com 100 mil rohingyas para repatriação
O governo de Bangladesh envia nesta sexta-feira (29) ao Executivo de Myanmar uma primeira lista com os nomes de 100 mil rohingyas refugiados em seu território para sua possível repatriação, dentro do acordo assinado entre os dois países. A informação é da agência Efe.
A decisão de enviar a lista foi tomada ontem por representantes bengalis do grupo de trabalho destinado a realizar o processo de repatriação dos 655 mil rohingyas refugiados em Bangladesh desde a explosão de uma onda de violência contra eles em Myanmar, no último dia 25 de agosto.
"De acordo com a decisão do grupo de trabalho, será enviada hoje, pela primeira vez, ao governo de Myanmar, uma lista com 100 mil rohingyas para o seu retorno digno e seguro", disse em entrevista coletiva Obaidul Quader, secretário-geral do partido governamental bengali, o Awami. Ele afirmou que a próxima reunião do grupo de trabalho acontecerá em Myanmar, onde "decidirão como iniciar o processo de repatriação".
"A lista completa será finalizada o mais rápido possível. Só então o processo de repatriação começará", explicou.
Verificação
Abul Kalam, coordenador da área de refugiados do Ministério de Gestão de Desastres de Bangladesh, detalhou à Agência Efe que o governo de Myanmar verificará se todos os que se encontram na lista cumprem com as condições prévias para a sua repatriação.
"Esperamos que a próxima reunião (do grupo de trabalho) seja realizada em meados de janeiro, pra que então comece o resto do processo", apontou Kalam. O grupo de trabalho, que conta com 15 representantes de cada país, foi formado na semana passada e nele foram lembrados os termos para iniciar o processo de repatriação.
No último dia 23 de novembro, Bangladesh e Myanmar já tinham assinado um acordo para a repatriação dos rohingyas refugiados em território bengali. O acordo prevê, entre outras coisas, que o processo seja iniciado no prazo de dois meses, embora Myanmar, que não reconhece os rohingyas como uma comunidade do país e os considera estrangeiros, condicionasse o retorno ao porte de documentos e a não estarem envolvidos em supostos atos de terrorismo.