Rússia diz que substância que envenenou ex-espião foi desenvolvida no Ocidente
O governo da Rússia afirmou neste sábado (17) que o agente nervoso Novichok, que segundo o Reino Unido foi utilizado para envenenar o ex-espião russo Sergei Skripal e a sua filha Yulia, foi desenvolvido no Ocidente, e não na Rússia como denunciaram as autoridades britânicas.
A porta-voz do Ministério de Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, citou Reino Unido e Estados Unidos como os países onde o agente nervoso tem maior probabilidade de ter sido sintetizado, mas também mencionou República Tcheca, Eslováquia e Suécia como possível origem do gás.
"A palavra 'Novichok' foi cunhada como o nome de um agente químico venenoso empregado no Ocidente", acrescentou em entrevista ao canal de televisão estatal Rossia.
"Nunca, nem o território da União Soviética, nem na Rússia, foram realizadas pesquisas que se chamassem Novichok", garantiu Zakharova em declarações ao canal da televisão estatal russo Rossia.
A chefe do governo britânico, Theresa May, utilizou essa palavra russa quando acusou a Rússia de estar por trás do ataque a Skripal, com o argumento que o agente nervoso com o qual foram envenenados o ex-espião e sua filha foi desenvolvido em território russo.
"A primeira-ministra do Reino Unido usa esse nome tão relativo para, em seguida, associar a Rússia a algo russo", comentou Zakharova.
A verdadeira origem do agente nervoso só será conhecida "quando a primeira-ministra do Reino Unido e todos os especialistas britânicos que trabalham neste caso entregarem a fórmula", concluiu a porta-voz russa.
A Rússia ordenou neste sábado a expulsão de 23 diplomatas britânicos que trabalham no país, em resposta à idêntica medida tomada por Londres em represália pelo envenenamento dos Skripal.
Ao mesmo tempo, Moscou retirou a permissão para a abertura de um Consulado Britânico em São Petersburgo, a segunda maior cidade do país, e suspendeu as atividades do British Council em território russo.
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