Países europeus farão o possível para proteger suas empresas no Irã

Publicado em 09/05/2018 - 11:37 Por Da Agência EFE - Paris

Os países europeus intercederão junto aos Estados Unidos para proteger os interesses de suas empresas no Irã e tentar minimizar as sanções que Washington disse que aplicará após deixar o acordo nuclear com Teerã.

Esta é uma das principais mensagens da presidência francesa, que nesta quarta-feira  (9) ressaltou sua vontade de manter a vigência do acordo internacional com o Irã sobre seu programa nuclear e de ampliá-lo para outros pontos conflituosos.

Fontes do Palácio do Eliseu enfatizaram que vão "fazer o possível para proteger os interesses" de suas empresas e indicaram que esta ação será realizada em conjunto com seus aliados da União Europeia (UE).

Sobre isso, o ministro da Economia da França, Bruno Le Maire, indicou hoje que nesta semana falará sobre esse assunto com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steve Mnuchin, para analisar "as possibilidades" de evitar essas sanções, após queixar-se que Washington se comporta como "a polícia econômica do planeta".

As fontes da presidência francesa consideraram que a situação é "preocupante", depois que o presidente americano, Donald Trump, denunciou o tratado devido ao impacto que esta decisão pode ter na prevenção da proliferação nuclear e pela mensagem que dá contra o multilateralismo.

Nesse contexto, Paris determinou quatro linhas de ação, começando por uma postura comum dos europeus, em linha com a declaração de ontem do presidente francês, Emmanuel Macron, da chanceler alemã, Angela Merkel, e da primeira-ministra britânica, Theresa May.

Macron conversará por telefone esta tarde com o presidente iraniano, Hassan Rohani, para reiterar, por um lado, a ideia de que o acordo segue em vigor e que Teerã deve seguir cumprindo-o integralmente.

O líder francês também tentará ampliar o acordo para outras "preocupações" que envolvem a política iraniana, concretamente a renúncia a retomar o programa nuclear militar uma vez que o acordo expira em 2025, o programa de mísseis balísticos e o papel que a República Islâmica desempenha na Síria, no Iraque e no Iêmen.

O Palácio do Eliseu reconheceu que o Irã adotou "uma posição muito defensiva" em relação a essa proposta de um "acordo marco" ampliado, colocada por Macron, mas, ao mesmo tempo, houve "um verdadeiro diálogo" sobre essa questão "com todos os interlocutores".

Em qualquer caso, o presidente francês insistiu em sua reivindicação ao Irã de "contenção" para que "se comporte de forma responsável agora", lembrando que, antes do acordo de 2015, tinha sido acusado de desenvolver atividades nucleares clandestinas, e que isso tinha minado a confiança entre a comunidade internacional.

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