Tom Wolfe, pai do "New Journalism", morre aos 87 anos em Nova York

Publicado em 15/05/2018 - 15:22 Por Da Agência EFE - Nova York

O escritor americano Tom Wolfe, considerado o pai do New Journalism, morreu na segunda-feira (14) em Nova York, aos 87 anos, informou nesta terça-feira (15) aos veículos de imprensa locais sua agente Lynn Nesbit.

Nesbit disse aos jornais The Wall Street Journal e The New York Times que o autor de A Fogueira das Vaidades estava com pneumonia e foi internado em um hospital de Manhattan por causa de uma infecção.

Nascido em Richmond (Virgínia), Wolfe residia em Nova York desde 1962, quando começou a trabalhar para o The New York Herald Tribune, ao mesmo tempo em que iniciou sua carreira no jornalismo literário e no romance jornalístico.

Incentivado pelo diretor do The New York Herald Tribune Clay Felker, que queria que seus repórteres fossem "além do jornalismo objetivo", Wolfe começou a criar um estilo híbrido que rompia com as formas de narrar os fatos utilizando técnicas da ficção, sendo acompanhado por nomes como Truman Capote e Gay Talese.

Esse New Journalism se consolidou nos Estados Unidos a partir de 1973, com relatos cena a cena, diálogos completos e descrições sobre comportamentos, formas de falar e vestir que davam ao jornalismo detalhes não antes trazidos pelos repórteres.

Entre os livros mais famosos de Wolfe está The Painted Word, no qual ironiza o atual mundo da arte, e A Man in Full, utilizando uma dose de sátira para falar sobre a sociedade americana.

A principal obra, porém, foi Fogueira de Vaidades, best-seller na qual o escritor expõe a sede de dinheiro e poder de Nova York na década de 1980.

"Não é só um ícone americano, tinha uma enorme reputação internacional", disse Nesbit ao Journal, classificando o escritor como uma das pessoas mais modestas e nobres que conheceu.

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