Celebração da Naska leva Israel a dobrar tropas na fronteira com Gaza

Publicado em 07/06/2018 - 07:51 Por Agência EFE - JERUSALÉM

O Exército de Israel se prepara para dobrar os efetivos destacados na fronteira com Gaza, pelos protestos convocados para amanhã (8) na comemoração da Naksa (aniversário da Guerra dos Seis Dias), o Dia de Jerusalém e a última sexta-feira do Ramadã, informaram hoje (7) os veículos de imprensa locais.

"As Forças de Defesa de Israel estão em estado de alerta, em antecipação de manifestações em massa e particularmente violentas amanhã", informa o jornal Maariv, assegurando que. "como parte dos preparativos, se dobra o número de tropas habitualmente destacadas na região".

Um oficial do Exército do Comando Sul confirmou à Agência EFE que "as Forças de Defesa de Israel estão preparadas, com grande número de tropas para todos os eventos que possam acontecer em Gaza". E advertiu: "Não vamos permitir nenhuma violação da soberania israelense".

O Exército prevê que o movimento islamita Hamas (considerado um grupo terrorista por Israel, a União Europeia, os Estados Unidos e outros países) poderia conseguir levar amanhã milhares de manifestantes, como ocorreu na véspera da Nakba.

Na ocasião, no dia 14 de maio, 40 mil pessoas participaram das mobilizações na região - convocadas, da mesma forma que amanhã, por todas as facções palestinas - e mais de 60 morreram baleadas por soldados, a maior parte manifestantes desarmados, segundo fontes palestinas, embora Israel assegure que pelo menos 25 eram membros do Hamas.

"O Exército estima que, se as suas projeções sobre a participação e a violência forem exatas, voltará a ter elevado número de vítimas palestinas, dada a intenção do Hamas de tentar cometer ataques terroristas e romper a cerca para se infiltrar em território israelense", diz o jornal.

Israel também se prepara para a eventualidade de que a violência na fronteira acabe com o lançamento de foguetes pelas milícias palestinas contra seu território.

"Israel enviou mensagens para a liderança do Hamas, por meio de mediadores no Egito, pedindo calma a eles. Mas todos os sinais indicam que o Hamas optou por trabalhar para conseguir o contrário", afirma o Maariv.

Perguntado pela EFE sobre a possibilidade de a violência se estender à Cisjordânia, o oficial do Exército respondeu que "não se pode fazer profecias, pois qualquer coisa pode acontecer e de maneira repentina. Mas, em geral, se olhamos o último mês e aprendermos com ele, vemos que o que acontece em em Gaza não necessariamente afeta a Judeia e Samaria (Cisjordânia ocupada), salvo incidentes menores". Por isso, ele acredita que a situação seguirá tranquila.

"Nos últimos anos, não houve nenhum Ramadã sem algum incidente, por isso estamos preparados para tudo. Nosso objetivo é ser o mais profissional possível, sobretudo para não prejudicar inocentes, o que é mau para todos e pode incendiar a região", acrescentou o militar.

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