EUA se retiram oficialmente do Conselho de Direitos Humanos da ONU
Os Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira (19) sua saída do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), um órgão internacional que o governo do presidente Donald Trump criticou duramente pelo que considera um viés negativo em relação a Israel e por servir de plataforma para países como China, Venezuela e Cuba. As informações são da EFE.
"Os EUA se retiram oficialmente do Conselho de Direitos Humanos da ONU", disse à imprensa a embaixadora americana na ONU, Nikki Haley, que não respondeu a perguntas ao final da declaração.
Haley, que já ameaçou no ano passado retirar os Estados Unidos desse Conselho, com sede em Genebra, explicou que durante os últimos meses tentou resolver "com boa fé" os problemas do órgão da ONU, reunindo-se com representantes de mais de 125 Estados-membros.
Durante seu discurso, a embaixadora criticou duramente que o Conselho tenha como membros países como China, Venezuela, Cuba e República Democrática do Congo, nações que, segundo ela, "não respeitam" os direitos humanos.
Por este motivo e pelo "preconceito crônico" do Conselho contra Israel, de acordo com as palavras de Haley, este órgão "não é digno do seu nome".
Por sua parte, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, também presente nesta declaração, aplaudiu a figura de Haley como embaixadora na ONU e acusou o Conselho de ser um órgão "hipócrita".
"Não duvidamos que sua criação foi com boa fé, mas temos que ser honestos: o Conselho de Direitos Humanos da ONU é um pobre defensor dos direitos humanos", destacou Pompeo.
A retirada dos EUA deste órgão é a última rejeição do país aos compromissos multilaterais depois que nos últimos meses abandonou o Acordo Climático de Paris e o pacto nuclear com o Irã.
No entanto, Pompeo assegurou que o governo de Trump "não tem oposição a trabalhar com instituições multilaterais", embora tenha ressaltado que "não será cúmplice" do Conselho de Direitos Humanos.
"Os Estados Unidos lideram o mundo em assistência humanitária; não aprenderão lições com hipócritas", acrescentou Pompeo.
Crianças separadas
Este anúncio acontece um dia depois de o Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos denunciar a separação de centenas de crianças imigrantes dos seus pais na fronteira sul dos EUA nos últimos meses.
Os ativistas de direitos humanos temem que uma retirada dos EUA afete os fundos do Conselho, dado que Washington faz contribuições para que seus mecanismos de investigação e supervisão no mundo possam operar.