Países do G7 se comprometem a "modernizar" OMC
O G7 se comprometeu neste sábado (9) a "modernizar" a Organização Mundial do Comércio (OMC) para torná-la "mais justa o mais rápido possível" e expressou sua vontade de reduzir barreiras comerciais, tanto tarifárias como não tarifárias, e também os subsídios.
A declaração está contida no comunicado conjunto emitido pelos líderes do G7 ao término da cúpula que se desenvolveu durante os dois últimos dias na cidade canadense de La Malbaie.
O comunicado conjunto também condena a Rússia pelo ataque químico na cidade britânica de Salisbury e a anexação da Crimeia, e o G7 se mostrou favorável a "tomar mais medidas restritivas" contra Moscou para "aumentar os custos" sobre o país.
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, anunciou que o comunicado conjunto foi "assinado por todos" os membros do grupo.
Trudeau também confirmou que o comunicado final contém referências à mudança climática e ao Acordo de Paris, mas que esses trechos não foram assinados pelos Estados Unidos.
Apesar de Washington não ter assinado a parte sobre mudança climática, Trudeau afirmou que a cúpula foi "um sucesso" ao permitir "discussões francas e abertas" entre os sete países mais industrializados do mundo.
Trudeau também tentou minimizar as ameaças feitas por Trump pouco antes de deixar hoje a cidade de La Malbaie, local de realização da cúpula na província canadense de Quebec, e nas quais afirmou que os Estados Unidos deixarão de negociar com os países que não eliminarem tarifas aos produtos americanos.
Durante uma entrevista coletiva final, Trudeau afirmou que "o presidente (Trump) vai continuar dizendo o que quiser dizer", mas que a cúpula terminou com um comunicado final assinado por todos.
Trudeau também contradisse Trump ao negar de forma contundente que o novo Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta, na sigla em inglês), que está sendo negociando por EUA, Canadá e México, terá uma cláusula de dissolução automática.
O governante afirmou com um contundente "não" que o Canadá não aceitará a cláusula de dissolução a cada cinco anos, ou "de qualquer outra duração", que os EUA querem incorporar.
Trudeau explicou que o Nafta já conta com um mecanismo para que qualquer país deixe o acordo com um aviso de seis meses.
O chefe do governo canadense também disse que seu país vai impor "sem sombra de dúvida" represálias comerciais aos Estados Unidos a partir de 1º de julho pela decisão de Washington de sobretaxar as exportações canadenses de aço e alumínio, e que isso foi comunicado "diretamente" a Trump.
"Nós canadenses somos educados, mas não permitiremos que nos empurrem", explicou Trudeau.