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Internacional

Papa diz que nenhuma ação vai reparar danos pelos abusos sexuais

Agência EFE
Publicado em 20/08/2018 - 10:25
Vaticano
Agência EFE

O papa Francisco afirmou que "qualquer ação nunca será suficiente para pedir perdão e reparar o dano causado" pelos abusos a menores pelo clero.

Hoje, em carta aberta "ao povo de Deus" declarou que "se um membro sofre, todos sofrem com ele. Estas palavras de São Paulo ressonam com força no meu coração ao constatar mais uma vez o sofrimento vivido por muitos menores por causa de abusos sexuais, de poder e de consciência cometidos por um notável número de clérigos e pessoas consagradas". 

O pontífice acrescenta que "a dor das vítimas e de suas famílias é também a nossa dor" e pede "que seja reafirmado mais uma vez o nosso compromisso para garantir a proteção dos menores e dos adultos em situação de vulnerabilidade".

Francisco assegura que "olhando para o passado, qualquer ação nunca será suficiente para pedir perdão e reparar o dano causado".

O papa escreveu esta carta depois da publicação do relatório que documenta 300 casos de "sacerdotes predadores sexuais" em seis das oito dioceses do estado da Pensilvânia e no qual identifica mil menores como vítimas desde 1940.

"Se digo que a maioria dos casos correspondem ao passado, no entanto, com o correr do tempo conhecemos a dor de muitas das vítimas e constatamos que as feridas nunca desaparecem", acrescenta o papa.

O pontífice argentino sublinha que, por isso, é obrigação "condenar com força estas atrocidades, bem como unir esforços para erradicar esta cultura de morte" porque "as feridas nunca prescrevem".

Francisco reconheceu, "com vergonha e arrependimento", que como "comunidade eclesial, assumimos que não soubemos estar onde tínhamos que estar, que não agimos a tempo reconhecendo a magnitude e a gravidade do dano causado em tantas vidas".

O papa explica que em várias partes do mundo há trabalhos para proteger a integridade de crianças e de adultos e "tolerância zero" com os abusos sexuais.

Além disso, o papa reconhece que houve "demora para aplicar sanções tão necessárias aos responsáveis por estes casos", mas acredita "que ajudarão a garantir uma maior cultura do cuidado no presente e no futuro". EFE