Príncipe herdeiro saudita reúne-se com secretário do Tesouro dos EUA
O príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, reuniu-se nesta segunda-feira (22) com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, em meio à polêmica pelo desaparecimento e morte do jornalista Jamal Khashoggi.
No encontro, ambos destacaram a importância das relações estratégicas entre Washington e Riad e o futuro desta parceria, segundo a agência oficial saudita SPA.
Além disso, os dois debateram as relações comerciais e os investimentos bilaterais, assim como os esforços conjuntos na luta contra a corrupção e contra o financiamento do terrorismo, ainda de acordo com a agência.
A reunião aconteceu poucos dias depois de Mnuchin anunciar que não participará do fórum econômico Future Investment Initiative, conhecido como o Davos do Deserto, que começa amanhã (23) e vai até quinta-feira (25), em Riad.
Ao anunciar a decisão, Mnuchin contou que se reuniu antes com o presidente americano, Donald Trump, e o secretário de Estado, Mike Pompeo.
Vários patrocinadores e convidados do fórum, entre eles a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, e o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, também cancelaram a participação por causa do escândalo do desaparecimento do jornalista.
Morte em consulado
Jamal Khashoggi morreu no último dia 2 após entrar no consulado saudita em Istambul para pedir documentos necessários para se casar com sua noiva, cidadã turca.
No início, as autoridades sauditas negaram ter responsabilidade pela morte do jornalista, crítico do regime de seu país, e alegaram que ele tinha saído do consulado.
No entanto, no último sábado, as autoridades sauditas afirmaram que Khashoggi morreu em uma "luta" com agentes que queriam interrogá-lo dentro da delegação diplomática.
Trump disse hoje que não ficou "satisfeito" com as explicações dadas pelo governo saudita sobre a morte de Khashoggi, e Reino Unido, França e Alemanha ressaltaram que a versão apresentada pela Arábia Saudita deve ser respaldada por fatos para ser considerada "crível".
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, anunciou que amanhã revelará os resultados da investigação que seu país fez sobre a morte do jornalista.