Ex-presidente do Peru é interrogado sobre propina paga pela Odebrecht
O ex-presidente do Peru Alan García foi interrogado hoje (15) sobre um esquema de propinas pagas pela construtora brasileira Odebrecht na construção da linha 1 do Metrô de Lima, que aconteceu durante seu segundo mandato (2006-2011).
García desembarcou nesta quinta-feira na capital peruana, procedente de Madri, e imediatamente foi à sede do Ministério Público, sem dar declarações à imprensa. Ao chegar, o ex-mandatário, que também esteve à frente do governo entre 1985 e 1990, foi recebido por simpatizantes aos gritos de "Alan não se vende".
O funcionário de mais alta categoria do governo Alan García com envolvimento neste caso até o momento é o ex-vice-ministro de Comunicações Jorge Cuba, que está em prisão preventiva por ter recebido pelo menos US$ 8 milhões da Odebrecht em contas que estavam no nome dele ou de parentes em Andorra.
Lava jato
No entanto, o executivo da Odebrecht Carlos Nostre declarou ao Ministério Público que a companhia brasileira pagou até US$ 24 milhões para obter a concessão do contrato da construção da linha 1 do metrô de Lima, sem negar que parte da quantia possa ter chegado a Alan García.
O braço peruano da operação Lava Jato investiga o escândalo de pagamento de propinas que a Odebrecht admitiu ter pagado entre 2005 e 2014 em troca de favorecimento em contratos de obras públicas por meio de financiamento de campanhas eleitorais.
Além de García, outros ex-presidentes peruanos acusados de receber propina da empresa são Alejandro Toledo (2001-2006), Ollanta Humala (2011-2016) e Pedro Pablo Kuczynski (20016-2018), assim como a líder opositora Keiko Fujimori, que perdeu as duas últimas eleições presidenciais e atualmente está em prisão preventiva.