Famílias de tripulantes exigem verdade sobre acidente com submarino
O governo da Argentina reconheceu neste sábado (17) que não conta com os recursos técnicos necessários para retirar o submarino ARA San Juan, localizado no Atlântico após quase um ano desaparecido, do fundo do mar, mas terá que lidar com a pressão das famílias dos 44 tripulantes, que pedem o resgate da embarcação para descobrir o que de fato ocorreu.
O presidente do país, Mauricio Macri, decretou luto nacional em homenagem aos tripulantes que morreram no acidente. Mas a descoberta do submarino não tranquilizou os parentes das vítimas, que ainda desconfiam do trabalho realizado pelo governo no caso.
"Precisamos saber o que ocorreu e porque o submarino afundou desse jeito, sem que eles pudessem fazer nada. Essa é uma explicação que ninguém ainda pode dar", ressaltou o ministro da Defesa da Argentina, Oscar Aguad, em entrevista coletiva em Buenos Aires.
Verdade e justiça
Os familiares das vítimas acompanhavam as declarações em Mar del Plata, onde participaram ontem de uma cerimônia em homenagem ao primeiro aniversário do desaparecimento do submarino.
"Eu confiava que eles iam encontrá-lo. A única coisa que quero é verdade e justiça. E que os verdadeiros culpados por esta tragédia paguem por ela", afirmou Hilda Colombani, mãe de Fernando Mendoza, tenente da Marinha que estava no submarino.
Segundo dados oficiais, o submarino, fabricado na Alemanha e incorporado pela Marinha da Argentina em 1985, sofreu uma "implosão" no dia 15 de novembro de 2017, duas horas depois da última comunicação do comandante da embarcação.
A embarcação foi localizada em uma depressão no fundo do mar, a 907 metros de profundidade, o que a escondeu dos radares. As imagens feitas pela empresa americana Ocean Infinity, contratada pelo governo para a busca, mostram que o submarino se partiu.
Alguns dos familiares já expressaram desconfiança sobre as informações divulgadas hoje pelo governo, especialmente pelo fato de o ARA San Juan ter sido encontrado em um local intensamente rastreado por embarcações de diferentes países desde 2017.