Procurador denuncia ex-presidente do Peru por compra de votos
O procurador-geral do Peru, Pedro Chávarry, denunciou o ex-presidente Pedro Pablo Kuczynski (2016-2018), quatro congressistas e um ex-ministro pela suposta compra de votos no Congresso. A ação teria sido uma estratégia para evitar a cassação do ex-presidente da República.
A denúncia, apresentada ao Congresso, inclui os ex-ministros Mercedes Aráoz e Carlos Bruce, atuais legisladores do oficialismo, o ex-ministro da Agricultura José Arista e os congressistas dissidentes do fujimorismo Bienvenido Ramírez e Marita Herrera.
Ramírez e Herrera fizeram parte do grupo de legisladores que deixaram o partido opositor Força Popular junto do congressista Kenji Fujimori, pelas suas divergências com o agrupamento liderado pela ex-candidata presidencial Keiko Fujimori.
Os votos dos legisladores dissidentes, liderados por Kenji Fujimori, salvaram Kuczynski de um primeiro pedido de cassação em dezembro do ano passado, devido a seus vínculos com a construtora Odebrecht desde que foi ministro no governo de Alejandro Toledo (2001-2006).
No entanto, o ex-presidente renunciou no último mês de março, depois que o fujimorismo denunciou que um dos seus legisladores tinha recebido ofertas de obras na região em troca de votar contra o segundo pedido de cassação de Kuczynski.
O procurador Chávarry, duramente questionado pelo atual presidente peruano, Martín Vizcarra, por seus aparentes laços com uma máfia no Judiciário, informou, por meio do Twitter, que a denúncia contra Kuczynski e os ex-ministros se baseia nos crimes de suborno ativo genérico impróprio e tráfico de influência agravado.
Já a acusação contra os legisladores corresponde ao delito de suborno passivo impróprio, todos em ofensa do Estado.