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Internacional

Falta de exames na Espanha impede número exato de mortes por covid-19

País ainda não encontrou forma segura de notificação
RTP*
Publicado em 09/04/2020 - 06:52
Madri
A estátua do rei Carlos III é retratada em uma praça vazia de Puerta del Sol durante o confinamento, em meio ao surto de doença por coronavírus (COVID-19), em Madri, Espanha, em 5 de abril de 2020. REUTERS / Juan Medina
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RTP - Rádio e Televisão de Portugal

A falta de exames e o colapso dos serviços de registro civil na Espanha impedem o conhecimento exato do número de mortes. Um mês após o início da pandemia, o país ainda não encontrou uma forma segura de notificar o número de vítimas do novo coronavírus.

O jornal El País informa nesta quinta-feira (9) que os dados divulgados diariamente pelo Ministério da Saúde revelam-se insuficientes para fornecer uma imagem, ainda que aproximada, da tragédia. Nessa quarta-feira (8) a Espanha registrava 14.555 mortos e 149.690 casos de infeção.

A falta de testes de diagnóstico e a decisão de contar apenas os mortos que deram positivo para o novo coronavírus deixaram de fora das notificações pessoas mortas em casa e nos hospitais com maior número de pacientes.

O jornal lembra que o país tem um sistema projetado para detectar e medir episódios que possam causar aumento na taxa de mortalidade, geralmente causados pela gripe ou por ondas de calor.

É o Sistema de Monitoramento Diário de Mortalidade (MoMo), gerido pelo Instituto de Saúde Carlos III e que, apesar de ter detectado o forte impacto do novo coronavírus em algumas comunidades – Castilla-La-Mancha, por exemplo, já triplicou a mortalidade esperada –, é incapaz de medir a pandemia face ao colapso dos sistemas de informação dos registros civis, nos quais se baseiam os dados.

A plataforma está desatualizada desde que foi declarado estado de emergência.

Já a ferramenta Inforeg, que permitia, quase em tempo real, conhecer o número de óbitos, está em serviços mínimos para limitar a presença física entre os trabalhadores. Em Madrid, passou de 180 para 14 funcionários. Nos registros civis menores há apenas uma pessoa trabalhando.

Além disso, a aplicação não está preparada para funcionar remotamente, o que levou o Ministério da Justiça a ativar, nos últimos dias, o sistema para que alguns funcionários possam avançar em teletrabalho.

O Ministério da Justiça já assumiu a impossibilidade de atualizar o Inforeg e, no último sábado (4) solicitou aos registos civis o envio diário da lista do número de mortes, licenças de funerais emitidas, local da morte e se o óbito ocorreu em instalação hospitalar ou na residência.

*Emissora pública de televisão de Portugal