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Internacional

Reino Unido: homem vai receber primeira prótese ocular impressa em 3D

Aspecto deve ser mais realista que o tradicional olho de acrílico
RTP
Publicado em 25/11/2021 - 11:56
Londres
RTP - Rádio e Televisão de Portugal

Um paciente do hospital de oftalmologia Moorfields Eye, em Londres, vai ser o primeiro homem do mundo a receber um olho criado em uma impressora 3D. Os médicos acreditam que a prótese terá um aspecto mais realista do que o tradicional olho de acrílico.

“Preciso de uma prótese ocular desde que tenho 20 anos e sempre me senti inseguro em relação a isso”, disse à BBC Steve Varze, agora com 40 anos.

Esta inovação não só permitirá próteses mais realistas como deverá reduzir pela metade o tempo de adaptação dos pacientes às próteses, passando de seis a três semanas.

“Quando saio de casa costumo olhar no espelho e nunca gosto do que vejo”, lamentou Varze. “Estes novos olhos têm uma aparência fantástica e, sendo criados com tecnologia de impressão 3D, ficarão cada vez melhores”.

A técnica tradicional para fazer próteses oculares implica que o paciente seja submetido a uma sessão de duas horas durante a qual é realizado um molde da cavidade ocular. Depois disso, a fabricação da prótese leva três semanas. No final do processo, o olho falso é encaixado e pintado para que se assemelhe a um olho real.

A tecnologia 3D deverá permitir que a prótese seja fabricada mais rapidamente, em cerca de duas semanas, e a consulta inicial para realizar o molde poderá passar a ser de apenas meia hora, segundo o hospital Moorfields Eye.

“Esperamos que o ensaio clínico nos forneça provas robustas sobre o valor desta tecnologia, demonstrando como pode fazer a diferença para os pacientes”, declarou à BBC o professor Mandeep Sagoo, oftalmologista no Moorfields Eye.

Para o especialista, a nova técnica tem, “claramente, o potencial para reduzir as listas de espera”.

A utilização de impressoras 3D na tentativa de construir próteses de partes do corpo humano não é inédita. Ainda este ano, cientistas da Universidade de Swansea, no País de Gales, procuraram imprimir em três dimensões um substituto de cartilagem humana para dar a uma menina de dez anos uma prótese de orelha.