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Internacional

Chile anuncia plano inédito de racionamento de água

Seca no país já entra no 13º ano consecutivo
Reuters
Publicado em 11/04/2022 - 17:07
Santiago
Chile, racionamento de água
© REUTERS/Rodrigo Garrido/Direitos Reservados
Reuters

Com uma seca devastadora e longa entrando em seu 13º ano, o Chile anunciou nesta segunda-feira um plano inédito para racionar água para a capital Santiago, uma cidade de quase 6 milhões de habitantes.

"Uma cidade não pode viver sem água", afirmou Cláudio Orrego, governador da região metropolitana de Santiago, em uma coletiva de imprensa. "E estamos em uma situação sem precedentes na história de 491 anos da cidade de Santiago. Temos que nos preparar para o caso de não haver água para todos que vivem aqui."

O plano apresenta um sistema de alerta de quatro níveis, que vai do verde ao vermelho e começa com anúncios do serviço público, segue para a restrição de pressão no fornecimento de água, e acaba com cortes rotativos de água de até 24 horas para cerca de 1,7 milhão de consumidores.

O sistema de alertas é fundamentado nas capacidades dos rios Maipo e Mapocho, que abastecem a capital com a maior parte de sua água, e têm visto seus níveis oscilarem com a continuidade da seca. 

O governo estima que a disponibilidade de água no país caiu 10% para 37% nos últimos 30 anos, e pode cair mais 50% nas regiões norte e central do Chile até 2060. 

O déficit de água nos rios, mensurado em litros por segundo, irá determinar se os cortes vão acontecer a cada 12, seis ou quatro dias. Em cada caso, uma região diferente irá enfrentar cortes de fornecimento a cada dia. 

"É a primeira vez na história que Santiago tem um plano de racionamento de água por conta da gravidade das mudanças climáticas", disse Orrego. "É importante que os cidadãos entendam que as mudanças climáticas estão aqui para ficar. Não é apenas global, é local". 

A panoramic view of the Aculeo lagoon, a land that used to be filled with water, is seen in Paine
O déficit de água nos rios do Chile, mensurado em litros por segundo, irá determinar se os cortes vão acontecer a cada 12, seis ou quatro dias. - REUTERS/Rodrigo Garrido/Direitos Reservados