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Internacional

Bangladesh: militares tentam ajudar milhões de pessoas isoladas

Equipes levam comida e água potável aos que não têm como sair de casa
Ruma Paul e Zarir Hussain – Repórteres da Reuters*
Publicado em 20/06/2022 - 15:29
Dhaka/Guwahati (Índia)
Soldados indianos levam pessoas para local seguro após chuvas pesadas em distrito de Hojai
© ANUWAR HAZARIKA
Reuters

Em pequenos barcos, militares entregavam material de socorro nesta segunda-feira (19) em cidades e vilarejos inundados em Bangladesh, depois que mais de 9 milhões de pessoas ficaram isoladas no país e na vizinha Índia após fortes chuvas, disseram autoridades.

Pelo menos 32 pessoas morreram em Bangladesh desde o fim da semana passada, após chuvas de monção que provocaram inundações catastróficas na divisão administrativa de Sylhet, no nordeste, deixando cerca de um quarto de sua população de 15 milhões de pessoas presa em meio a águas que sobem rapidamente e a rios transbordando.

"As enchentes são as piores em 122 anos na região de Sylhet", disse à Reuters o diretor-geral do Departamento de Gerenciamento de Desastres de Bangladesh, Atiqul Haque. Ele acrescentou que uma dúzia de distritos no norte e nordeste foi inundada.

"As operações de resgate e socorro foram intensificadas, com oficiais do Exército e da Marinha chegando a mais pessoas isoladas pelas enchentes", disse Haque.

Militares em barcos chegavam com água potável e comida para as pessoas que se abrigavam nos andares superiores dos edifícios, mostraram imagens da televisão local.

As autoridades governamentais estão tentando entregar 1.720 toneladas de arroz e 58 mil pacotes de alimentos secos para as comunidades atingidas pelas enchentes, além de comprimidos de purificação de água e medicamentos.

A situação em Bangladesh foi agravada pelas águas que descem das colinas circundantes do estado indiano de Meghalaya, incluindo algumas das áreas mais úmidas do mundo, como Mawsynram e Cherrapunji, que receberam mais de 970 milímetros de chuva no domingo, segundo dados do governo.

Em Bangladesh, cerca de 300 mil pessoas foram transferidas para abrigos em Sylhet, mas mais de 4 milhões de pessoas estão presas perto de suas casas. "A situação ainda é alarmante", disse à Reuters, por telefone, o administrador-chefe da divisão Sylhet, Mohammad Mosharraf Hossain.

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