Papa reforça controle e centralização das finanças do Vaticano
O papa Francisco ampliou ações para eliminar a margem de manobra ou intromissão dos departamentos do Vaticano, com a imposição de controles financeiros mais rígidos. Foi estabelecido prazo para o fechamento de carteiras de investimentos em bancos estrangeiros, inclusive na Itália.
Ele assinou documento, conhecido como Rescriptum ou reescritura, deixando claro que os investimentos de todos os departamentos terão que passar pelo banco do Vaticano sob novas regras. que entrarão em vigor em 1º de setembro.
Um papel maior para o banco é elemento-chave em uma política de centralização anunciada no mês passado, que inibe a capacidade de todos os departamentos do Vaticano de investir seus fundos de forma independente.
Foi essa prática que permitiu à Secretaria de Estado investir diretamente em um prédio londrino que está no centro de um julgamento de corrupção. O negócio fracassado resultou em perda de 140 milhões de euros. Todos os réus negaram irregularidades.
O documento assinado pelo papa esclareceu que não há exceções à regra sobre o papel central do banco do Vaticano, oficialmente conhecido como Instituto de Obras de Religião (IOR), conforme estipulado em artigo da nova Constituição do Vaticano, emitida em 19 de março.
Em julho, o Vaticano anunciou nova política abrangente sobre investimentos, para garantir que sejam éticos, verdes, de baixo risco e evitem indústrias de armas ou setores de saúde envolvidos em aborto, contracepção ou células-tronco embrionárias.
As medidas incluem a determinação de que os departamentos do Vaticano fechem suas contas de investimento ou ações em bancos estrangeiros, inclusive na Itália, e as transfiram para o IOR, supervisionado por um departamento chamado Administração do Patrimônio da Santa Sé (APSA).
No documento desta terça-feira, o papa estabeleceu prazo de 1º de outubro para que as transferências sejam concluídas, indicando que alguns departamentos estão demorando.
Zaporizhia
Francisco pediu medidas concretas para acabar com a guerra na Ucrânia e evitar o risco de um "desastre nuclear" na usina de Zaporizhia.
Em sua audiência geral semanal, ele saiu do roteiro para condenar as guerras como "loucura". Referiu-se a Darya Dugina, afirmando que a mulher, morta por um carro-bomba perto de Moscou, está entre os "inocentes" mortos por causa da guerra.
Acrescentou que os comerciantes de armas que lucram com a guerra são "delinqüentes que matam a humanidade".
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Matéria alterada hoje (24) para acréscimo de informações.