logo Agência Brasil
Internacional

Procurador argentino pede 12 anos de prisão para Cristina Kirchner

Líder peronista é acusada de crime de administração fraudulenta
Nicolás Misculin - Repórter da Reuters*
Publicado em 23/08/2022 - 06:02
Buenos Aires
Julgamento da ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner acusada de corrupção, associação ilícita e desvio de verbas de obras públicas, em Buenos Aires, Argentina.
© REUTERS/Agustin Marcarian/Direitos Reservados
Reuters

O procurador federal encarregado de investigar um suposto sistema de corrupção relacionado a obras públicas na Argentina pediu, nessa segunda-feira (22), uma sentença de 12 anos de prisão para a atual vice-presidente do país, Cristina Kirchner.

Diego Luciani disse que a líder peronista, que foi presidente de 2007 a 2015, cometeu os crimes de administração fraudulenta, gerando prejuízo ao Estado, e associação criminosa, para desviar verbas públicas durante seu período na Presidência.

"Esta é provavelmente a maior manobra de corrupção já conhecida no país", disse o procurador ao apresentar sua argumentação, transmitida ao vivo pela internet.

Luciani também solicitou o confisco dos bens envolvidos nos crimes, totalizando US$ 1 bilhão, além da inelegilibilidade permanente de Cristina Kirchner para cargos públicos.

A investigação busca estabelecer se a ex-presidente e outros funcionários de seu governo favoreceram empresas do empresário Lázaro Báez na licitação de dezenas de obras públicas na Patagônia, muitas das quais poderiam ter sido superfaturadas ou não teriam sido concluídas.

Especialistas suspeitam que o capital supostamente desviado teria retornado às mãos da família Kirchner por meio de suas empresas.

"O governo nacional condena a perseguição judicial e midiática contra a vice-presidente Cristina Fernández de Kirchner", disse a gestão do presidente Alberto Fernández em comunicado. "Nenhum dos atos atribuídos à ex-presidente foi comprovado", acrescentou.

A sentença será conhecida em meses, segundo a mídia local, embora Cristina Kirchner possa recorrer a tribunais superiores, o que levaria anos até que se chegue a um veredito final.

No entanto, uma sentença ainda neste ano pode afetar as chances do atual governo nas eleições presidenciais argentinas, no fim de 2023. 

* É proibida a reprodução deste conteúdo.