logo Agência Brasil
Internacional

UE doa 5 milhões de comprimidos para proteger ucranianos de radiação

Central Nuclear de Zaporizhia está ocupada pela Rússia
RTP*
Publicado em 30/08/2022 - 09:45
Bruxelas
Bandeiras da União Europeia na sede da Comissão Europeia em Bruxelas, Bélgica.
© Reuters/Yves Herman/Dire/Proibida reprodução
RTP - Rádio e Televisão de Portugal

A União Europeia (UE) vai doar 5 milhões de comprimidos de iodeto de potássio para proteger os ucranianos da potencial exposição à radiação, no momento em que a central nuclear ucraniana de Zaporizhia está ocupada por forças russas.

Em comunicado divulgado hoje (30), a Comissão Europeia informa que na última sexta-feira (26) "a UE recebeu do governo da Ucrânia um pedido de comprimidos de iodeto de potássio, como medida preventiva de segurança, para aumentar o nível de proteção em torno da central nuclear de Zaporizhia".

Atendendo à solicitação, "o Centro Europeu de Coordenação de Resposta mobilizou rapidamente 5,5 milhões de medicamentos, por meio do Mecanismo de Proteção Civil da UE, para a Ucrânia, incluindo 5 milhões das reservas de emergência e 500 mil da Áustria", informa.

O apoio tem valor financeiro de mais de 500 mil euros e será entregue à Ucrânia a partir das instalações logísticas instaladas na Alemanha.

A ideia é que comprimidos de iodeto de potássio sejam "utilizados em cenários limitados para evitar que o iodo radioativo, inalado ou engolido, seja absorvido pela tireoide", acrescenta a Comissão Europeia.

Citado pela nota, o comissário europeu da Gestão de Crises, Janez Lenarcic, lembra que nenhuma central nuclear deverá ser utilizada como teatro de guerra.

"É inaceitável que vidas civis sejam postas em perigo. Toda a ação militar em torno da central nuclear de Zaporizhia deve cessar imediatamente", afirma Lenarcic.

Na segunda-feira, a Ucrânia e a Rússia voltaram a trocar acusações de ataques contra Zaporizhia, no dia da partida de uma missão de peritos internacionais para a central nuclear ucraniana, ocupada pela Rússia.

As forças russas assumiram o controle da usina, no Sudeste da Ucrânia, cerca de duas semanas depois de terem invadido o país vizinho, em 24 de fevereiro.

Uma série de ataques nas últimas semanas, denunciados pelas duas partes como sendo de responsabilidade da outra, levaram ao receio de um acidente nuclear grave na central.

A Ucrânia tem quatro centrais nucleares em funcionamento, com um total de 15 reatores, seis na de Zaporizhia.

O acidente nuclear mais grave da história ocorreu em solo ucraniano, em 1986, na central de Chernobyl, quando o país fazia parte da antiga União Soviética.

*É proibida a reprodução deste conteúdo.