Atos organizados pelo governo iraniano pedem execução de manifestantes
Ações organizadas pelo Estado para combater protestos antigovernamentais em todo o Irã, desencadeados pela morte de uma mulher sob custódia policial, começaram em várias cidades iranianas, nesta sexta-feira (23), com participantes pedindo a execução de manifestantes.
Os atos chamam os manifestantes antigovernamentais de "soldados de Israel". As ações são mostradas em cobertura ao vivo da televisão estatal. Eles também gritam “Morte à América” e “Morte a Israel”, slogans comuns que os governantes clericais do país usam para tentar obter apoio às autoridades.
"Os infratores do Alcorão devem ser executados", grita a multidão.
O Exército iraniano disse hoje que vai "confrontar os inimigos" para garantir a segurança, o aviso mais forte até agora para manifestantes que têm protestado em todo o país pelo caso de Mahsa Amini, de 22 anos, que morreu na semana passada depois de ser presa pela polícia moral por usar "trajes inadequados".
O Exército disse que "essas ações desesperadas fazem parte da estratégia maligna do inimigo para enfraquecer o regime islâmico".
A instituição "confrontará as várias tramas dos inimigos para garantir segurança e paz às pessoas que estão sendo injustamente agredidas", afirmou.
Os governantes do Irã temem o renascimento dos protestos de 2019, que eclodiram devido ao aumento do preço da gasolina, o mais sangrento da história da República Islâmica. A Reuters informou que 1.500 pessoas foram mortas.
Na mais recente ação, manifestantes em Teerã e outras cidades incendiaram delegacias e veículos da polícia, enquanto a indignação pela morte de Amini não mostra sinais de diminuir, com relatos de forças de segurança sendo atacadas.
A mídia iraniana informou a prisão de 288 manifestantes nessa quinta-feira.
A morte de Amini reacendeu a raiva por questões como restrições às liberdades pessoais no Irã, incluindo códigos de vestimenta rígidos para mulheres, e uma economia que sofre com as sanções.
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