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Internacional

Atos organizados pelo governo iraniano pedem execução de manifestantes

Protestos são contra a morte de Mahsa Amini, de 22 anos
Reuters*
Publicado em 23/09/2022 - 09:55
Dubai
FILE PHOTO: Protest over the death of Mahsa Amini, in Tehran
© Reuters/ West Asia News Agency/Direitos reservados
Reuters

Ações organizadas pelo Estado para combater protestos antigovernamentais em todo o Irã, desencadeados pela morte de uma mulher sob custódia policial, começaram em várias cidades iranianas, nesta sexta-feira (23), com participantes pedindo a execução de manifestantes.

Os atos chamam os manifestantes antigovernamentais de "soldados de Israel". As ações são mostradas em cobertura ao vivo da televisão estatal. Eles também gritam “Morte à América” e “Morte a Israel”, slogans comuns que os governantes clericais do país usam para tentar obter apoio às autoridades.

"Os infratores do Alcorão devem ser executados", grita a multidão.

O Exército iraniano disse hoje que vai "confrontar os inimigos" para garantir a segurança, o aviso mais forte até agora para manifestantes que têm protestado em todo o país pelo caso de Mahsa Amini, de 22 anos, que morreu na semana passada depois de ser presa pela polícia moral por usar "trajes inadequados".

O Exército disse que "essas ações desesperadas fazem parte da estratégia maligna do inimigo para enfraquecer o regime islâmico".

A instituição "confrontará as várias tramas dos inimigos para garantir segurança e paz às pessoas que estão sendo injustamente agredidas", afirmou.

Os governantes do Irã temem o renascimento dos protestos de 2019, que eclodiram devido ao aumento do preço da gasolina, o mais sangrento da história da República Islâmica. A Reuters informou que 1.500 pessoas foram mortas.

Na mais recente ação, manifestantes em Teerã e outras cidades incendiaram delegacias e veículos da polícia, enquanto a indignação pela morte de Amini não mostra sinais de diminuir, com relatos de forças de segurança sendo atacadas.

A mídia iraniana informou a prisão de 288 manifestantes nessa quinta-feira.

A morte de Amini reacendeu a raiva por questões como restrições às liberdades pessoais no Irã, incluindo códigos de vestimenta rígidos para mulheres, e uma economia que sofre com as sanções.

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