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Internacional

Ataques russos levam a novos cortes de energia na Ucrânia

Presidente ucraniano lamentou morte de mais quatro civis
RTP*
Publicado em 06/12/2022 - 08:26
Kiev
Kiev sem eletricidade após bombardeios em instalações de infraestrutura
© REUTERS/Gleb Garanich/Direitos Reservados
RTP - Rádio e Televisão de Portugal

Uma série de mísseis russos atingiu, nessa segunda-feira (5), alvos em toda a Ucrânia, incluindo instalações de infraestrutura de energia, o que forçou as autoridades a fazerem novos cortes de energia de emergência. O presidente Volodymyr Zelensky lamentou a morte de mais quatro civis nos bombardeios das últimas horas e anunciou que algumas regiões, incluindo parte de Kiev, ficarão sem energia nos próximos dias. Moscou acusou Kiev de ter atacado e atingido aeródromos militares na Rússia.

"Há quatro pessoas mortas nos ataques russos. As minhas condolências à família e amigos", afirmou no habitual discurso noturno o presidente ucraniano, acrescentando que foram lançados 70 mísseis russos, embora a defesa antiaérea ucraniana tenha derrubado a maioria.

Os ataques russos atingiram infraestruturas críticas na Ucrânia, obrigando o corte do fornecimento de água e de eletricidade em algumas regiões, como Kiev, Kryvi Rih e Zaporizhzhia. Há ainda relatos de terem caído destroços de mísseis na Moldova, onde o abastecimento de energia também foi afetado.

Apesar de o território ucraniano estar enfrentando temperaturas muito baixas com a aproximação do inverno, milhares de pessoas no país estão sem água e eletricidade devido aos apagões de emergência, após os vários ataques das forças russas.

“Para estabilizar a rede elétrica, foi necessário mudar para apagões de emergência em muitas regiões”, explicou Zelensky.

Anunciando que há várias regiões ucranianas que podem ficar sem eletricidade uns dias, Zelensky garantiu que as autoridades tentam restabeler a energia nas áreas afetadas. Referindo-se ao apagão também na vizinha Moldova, o presidente ucraniano considerou que se trata de "uma ameaça não apenas para a Ucrânia, mas para toda a região".

O bombardeio de ontem for o oitavo em massa com mísseis da Rússia nas últimas oito semanas. Moscou tem atacado as infraestruturas da rede elétrica na Ucrânia desde dia 10 de outubro, após a reconquista, pelas forças ucranianas, de algumas zonas ocupadas.

O próprio Ministério russo da Defesa admitiu que atingiu 17 alvos críticos durante o ataque com armas de alta precisão. O Kremlin, citado pela agência RIA, acusou Kiev de ter usado drones para atacar dois aeródromos militares russos, acrescentando que as defesas aéreas interceptaram os bombardeios nas regiões de Saratov e Ryazan.

“Na manhã de 5 de dezembro, o regime [de Kiev], a fim de desativar as aeronaves russas de longo alcance, tentou atacar veículos aéreos não tripulados a jato de fabricação soviética nos aeródromos militares de Diaghilevo, na região de Ryazan e Engels”, diz comunicado.

“A defesa aérea das Forças Aeroespaciais Russas interceptou drones ucranianos voando a baixa altitude”, acrescenta o comunicado. Os drones destruídos danificaram levemente duas aeronaves.

As consequências da explosão no aeródromo russo foram capturadas pela empresa israelita de imagens de satélite ImageSat International (ISI), que mostrou marcas de queimaduras e objetos perto de uma aeronave Tu-22M que provavelmente foi danificada.

O governador da região russa de Saratov, Roman Busargin, assegurou aos moradores, em mensagem no Telegram, que nenhuma infraestrutura civil tinha sido danificada, mas adiantou que as “informações sobre incidentes em instalações militares estão sendo verificadas por agências de investigação”.

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