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Internacional

Na UE, Zelenskiy diz ter resolvido questão de caças e armas

Presidente ucraniano foi recebido como herói no Parlamento Europeu
Pavel Polityuk e Andrew Gray – Repórteres da Reuters
Publicado em 09/02/2023 - 12:16
Bruxelas
Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, discursa no Parlamento Europeu em Bruxelas
© Alain Rolland/União Europeia 2023/Divulgação via REUTERS/direitos reservados
Reuters

A Ucrânia disse nesta quinta-feira (9) que a questão de assegurar caças e armas de longo alcance foi "resolvida", sugerindo uma das mudanças mais dramáticas no apoio ocidental desde o início da guerra com a Rússia, em meio a reuniões do presidente Volodymyr Zelenskiy com líderes da União Europeia, em Bruxelas.

"A questão do armamento de longo alcance e dos caças para a Ucrânia foi resolvida", escreveu Andriy Yermak, chefe da equipe presidencial, no aplicativo de mensagens Telegram. "Detalhes ainda a seguir."

Zelenskiy recebeu calorosas boas-vindas dos líderes europeus e uma saudação de pé do Parlamento Europeu, em Bruxelas, onde buscou mais armas para repelir a Rússia e um caminho mais rápido de adesão à UE.

Dirigindo-se a uma cúpula dos 27 líderes dos países da UE, ele pediu sanções mais rígidas a Moscou e punições para os líderes russos responsáveis pelo ataque à Ucrânia, há quase um ano.

"A Europa livre não pode ser imaginada sem a Ucrânia livre", disse ele aos líderes. "A Europa é livre, a Europa será livre e a Europa está unida."

Zelenskiy participou da cúpula um dia depois de se encontrar com o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, em Londres, e jantar com o presidente francês, Emmanuel Macron, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, em Paris, em sua segunda viagem conhecida fora da Ucrânia, desde a invasão.

Uma pressão por caças ocidentais avançados foi o tema principal das paradas iniciais em sua turnê europeia, que garantiu a promessa do Reino Unido de treinar pilotos ucranianos.

Seu discurso para membros do Parlamento Europeu, alguns usando azul e amarelo, as cores ucranianas, foi menos argumentativo, omitindo sua habitual lista de desejos de mais sistemas de armas. Em vez disso, ele enfatizou o papel dos europeus comuns em acolher milhões de refugiados.

"Gostaria de agradecer a todos vocês que têm ajudado o nosso povo, os nossos cidadãos comuns, os nossos reassentados aqui que apelaram aos seus líderes para aumentar e reforçar o seu apoio", disse.

Josep Borrell, que preside as cúpulas da UE, afirmou a repórteres antes da cúpula que os 27 líderes nacionais da UE prometeriam mais apoio militar à Ucrânia, embora não tenha dado detalhes.

Zelenskiy, cuja única outra viagem ao exterior desde o início da guerra foi uma visita surpresa a Washington, em dezembro, foi festejado como um herói de guerra por líderes ocidentais que têm apoiado a Ucrânia com armas, incluindo tanques prometidos no mês passado.

Até agora, os países ocidentais se recusaram a enviar aviões de guerra ou outras armas que possam atingir o interior da Rússia. Mas a atmosfera em torno da viagem de Zelenskiy sugere um movimento para quebrar esse tabu.

"Você precisa vencer. E agora os Estados-membros (da UE) precisam considerar rapidamente, como próximo passo, fornecer sistemas de longo alcance e os jatos que você precisa para proteger sua liberdade", disse a chefe do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, ao apresentar o discurso de Zelenskiy.

Embora a oferta britânica de treinar pilotos para jatos da aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) não chegasse a prometer entregar os aviões a Kiev, Sunak instruiu seu governo a verificar se havia aeronaves disponíveis e disse que nada estava fora de questão.

O Kremlin disse que serão os ucranianos que sofrerão se Reino Unido ou outros países ocidentais fornecerem caças a Kiev, e que a linha entre o envolvimento ocidental indireto e direto na guerra estava desaparecendo.

"Só podemos expressar pesar a esse respeito e dizer que tais ações... levam a uma escalada de tensão, prolongam o conflito e o tornam cada vez mais doloroso para a Ucrânia", acrescentou.

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