Líderes europeus discutem em Pequim paz na Ucrânia
Os presidentes Emmanuel Macron, da França, e Ursula von der Leyen, da Comissão Europeia, estão em Pequim, em visita de três dias, para debater com Xi Jinping o desejo comum de alcançar o fim da guerra na Ucrânia. Os líderes europeus encontram-se nesta quinta-feira (6) com o presidente chinês. Ao mesmo tempo, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, busca ampliar o apoio dos aliados, em visita oficial à Polônia.
A Presidência francesa confirmou nesta semana que Macron pretende pedir a Xi Jinping que use sua influência junto ao presidente russo, Vladimir Putin, para promover a paz na Ucrânia. Contudo, não espera muitas alterações na posição política da China, considerando a declarada “amizade sem limites” de Pequim e Moscou.
A pressão ocidental para que a China se envolva mais na situação e no debate para alcançar a paz no Leste da Europa tem aumentado. Já em território chinês, Macron afirmou que Pequim tem papel importante no caminho para o fim da guerra e saudou a China pela “vontade de se comprometer com uma resolução” para o conflito.
“A capacidade de partilhar uma análise comum e construir um caminho é essencial”, disse o chefe de Estado francês, nessa quarta-feira (5), depois de ter sido recebido pelo primeiro-ministro chinês, Li Qiang.
Emmanuel Macron alertou que, para o Ocidente, quem ajudar a “agressora” Rússia se tornará cúmplice da guerra em território ucraniano.
A presidente da Comissão Europeia, que acompanha o presidente francês numa demonstração de unidade da região, considera que os laços próximos entre Xi e Putin serão fator determinante para as relações UE-China.
Li Qiang afirmou que provavelmente haverá “amplo consenso” entre Macron e Xi JInping, mas não deu nenhuma indicação quanto a Pequim estar disposta a pressionar Moscou para acabar com a guerra. O primeiro-ministro chinês garantiu que a reunião entre os chefes de Estado “vai enviar sinais positivos sobre os esforços concertados da China, França e Europa, para manter a paz e a estabilidade mundiais”.
Pequim quer manter Moscou como parceiro diplomático viável, para contrapor a ordem democrática liberal, liderada pelos Estados Unidos, e um fornecedor de energia de confiança.
Zelensky na Polônia
Nos últimos dias o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, esteve na Polônia, onde foi recebido com honras militares e homenagens pelo presidente Andrzej Duda. No discurso final da visita, o presidente ucraniano agradeceu a Varsóvia a ajuda prestada à Ucrânia desde o início da ofensiva russa, em fevereiro de 2022.
"Rzeszow, obrigado por ser a primeira a responder à Ucrânia. Przemysl, Lublin, Chelm, obrigado. Gdansk, Breslávia, Varsóvia, Cracóvia, Biasystok e todas as cidades da Polônia, obrigado por se abrirem para nós", disse Zelensky.
"A Polônia livre emergiu e nunca entrará em colapso. A Ucrânia livre emergiu e nunca entrará em colapso. Estamos de mãos dadas", acrescentou.
Antes de Zelensky, falou o presidente polaco, que reiterou o apoio do país, acrescentando que "hoje a Ucrânia luta não só pela sua própria independência, mas pela segurança de toda a Europa".
Os dois líderes confirmaram que a Polônia vai ajudar a organizar uma coligação de potências ocidentais para que Kiev seja apoiado com o fornecimento de aviões e aeronaves militares, a fim de defender o território ucraniano dos ataques russos.
Apesar de as autoridades ucranianas afirmarem que ainda têm o controle de Bakhmut, as forças russas têm mantido a ofensiva e continuam a atacar a região para conquistá-la.
Nas últimas 24 horas, as forças de defesa ucranianas repeliram cerca de 20 ataques russos perto da cidade oriental de Bakhmut, informou o Estado-Maior da Ucrânia.
"Bakhmut, Avdiivka e Marinka continuam no epicentro dos combates", informou hoje o Estado-Maior na atualização diária.
As autoridades acrescentam que as forças russas continuam a tentar "assumir o controle total de Bakhmut e continuam a atacá-la", tendo sido atingidas mais de 15 localidades próximas por bombardeios.
Ontem, o presidente ucraniano reconheceu a possibilidade de uma retirada militar de Bakhmut, mas advertiu que as entregas de munição dos aliados ocidentais iriam reforçar as defesas do país.
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