Macron pede pacto social entre patrões e sindicatos até o fim do ano
O presidente francês, Emmanuel Macron, pediu hoje (18) que empregadores e sindicatos cheguem a acordo sobre um novo pacto social até o fim deste ano.
Macron reuniu-se com as organizações patronais que pretendem também incluir os sindicatos na busca de um acordo que devolva a paz social ao país, pondo fim aos protestos pela reforma na idade da aposentadoria
Antes da reunião, o presidente afirmou que o objetivo é definir uma agenda para as negociações nas próximas semanas, o que estabeleceria tempo para negociar um acordo "até o fim deste ano".
Macron esteve acompanhado pela primeira-ministra francesa, Élisabeth Borne, e pelo ministro do Trabalho, Olivier Dussopt, entre outras autoridades.
Os sindicatos não confirmaram ainda se vão participar do acordo, preferindo esperar até 1º de maio, quando a intersindical, que agrega pelo menos 11 centrais, pretende fazer uma das maiores manifestações de rua dos últimos anos.
Em pronunciamen to na televisão, nessa segunda-feira (17) à noite, o presidente francês afirmou que não é surdo à contestação. Vários ministros deram entrevistas hoje de manhã, com o objetivo de reduzir a tensão social, com promessas de poder de compra, distribuição de riqueza e melhores serviços locais.
"Restringir as preocupações dos franceses à questão das pensões seria não entender nada", afirmou o porta-voz do governo, Olivier Véran, à emissora pública Franceinfo.
"O presidente reconheceu com muita clareza as preocupações, as dificuldades dos nossos compatriotas", disse o ministro da Economia, Bruno Le Maire, ao canal BFMTV.
Macron anunciou novas medidas para melhorar a situação do trabalho no país, incluindo salários.
O líder francês respondeu assim aos protestos que têm paralisado a França nos últimos meses, devido à conturbada aprovação da reforma no sistema de aposentadoria.
Após a decisão favorável do Conselho Constitucional à reforma, tendo rejeitado apenas alguns pontos na última sexta-feira ((14), Macron decidiu promulgar o projeto, que muda de 62 para 64 anos a idade para aposentar.
Macron tinha 15 dias para promulgar a lei, e a promulgação imediata contrariou os sindicatos que tinham pedido ao presidente um tempo maior.
A revisão da lei das pensões, proposta pelo governo Macron, foi aprovada sem votação na Assembleia Nacional, recorrendo a um dispositivo da Constituição francesa que permite o procedimento.
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