“Sem combustível, não há ajuda humanitária”, diz ONU na Faixa de Gaza

Produto pode faltar em três dias, diz Comissário-geral da UNRWA

Publicado em 23/10/2023 - 16:19 Por Lucas Pordeus León - Repórter da Agência Brasil - Brasília

A Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (UNRWA) apelou para que seja permitida à entrada de combustível na Faixa de Gaza. Após vários dias de impasse, três comboios com ajuda humanitária entraram pela fronteira com o Egito entre o último sábado (21) e esta segunda-feira (23). Não foi permitida à entrada de combustível.

Além de considerar o total de suprimento insuficiente diante da magnitude da crise humanitária, o Comissário-geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, afirmou que a entidade ficará sem combustível em três dias caso não seja permitida a entrada do produto.

“Sem combustível, não haverá água, nem hospitais e padarias funcionando. Sem combustível, a ajuda não chegará às pessoas que mais necessitam. Sem combustível, não haverá assistência humanitária”, afirmou Lazzarini. 

O comissário da Organização das Nações Unidas (ONU) para refugiados palestinos apela para que todas as partes atuem para permitir “imediatamente o fornecimento de combustível à Faixa de Gaza e garantam que o combustível seja estritamente utilizado para evitar um colapso da resposta humanitária”.

Estima-se que cerca de 1,4 milhão de pessoas foram deslocadas de suas casas em Gaza. Dessas, cerca de 580 mil estão em um dos 150 abrigos da agência da ONU para refugiados palestinos.  

O combustível é usado como fonte de energia em hospitais, padarias e em equipamentos para dessalinização da água do mar. “Apesar da disponibilidade limitada de combustível, o equipamento de dessalinização nos abrigos da UNRWA continuou até agora a funcionar e a fornecer água potável, complementado por transporte de água”, informou o Escritório da ONU para Assuntos Humanitários (OCHA).

O transporte de água foi interrompido na maioria das áreas devido à falta de combustível, insegurança e estradas bloqueadas por escombros. “A água engarrafada está praticamente indisponível e o seu preço tornou-a inacessível para a maioria das famílias. Os vendedores privados, que operam pequenas estações de dessalinização e purificação de água, que funcionam principalmente com energia solar, tornaram-se os principais fornecedores de água potável”, diz o relatório da OCHA.

Nesta segunda-feira, o porta-voz do Ministério da Saúde em Gaza, Ashraf al-Qidra informou que a falta de combustível para o funcionamento de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) neonatal podem levar a morte de recém-nascidos em questão de minutos.

Edição: Valéria Aguiar

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