Ministro prevê que Gaza ficará incomunicável a partir de quinta-feira
As comunicações telefônicas e de internet na Faixa de Gaza vão ser definitivamente interrompidas na próxima quinta-feira (16), devido à falta de abastecimento de combustível, anunciou hoje (12) o ministro das Comunicações do governo palestino, Yitzhak Sidr.
Em declarações divulgadas pela agência de notícias palestina WAFA, o ministro disse ainda que a falta de comunicações "agravará o desastre humanitário" para a população na Faixa de Gaza.
Em particular, prosseguiu, vai afetar entidades como a Defesa Civil, o Crescente Vermelho e outras organizações, "o que significa que muitas vidas serão perdidas".
"Estas ações constituem uma violação do Direito Internacional", destacou Sidr, que pediu "a todas as instituições internacionais, em particular à União Internacional das Telecomunicações, à Agência da ONU para os Refugiados da Palestina (UNRWA), ao Crescente Vermelho Árabe, à Cruz Vermelha e a organizações de direitos humanos e organizações da sociedade civil que intervenham imediatamente para garantir a entrada de combustível na Faixa de Gaza".
O corte das comunicações também vai afetar o balanço de vítimas preparado diariamente pelo Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, que baseia as suas estimativas em informações recebidas pelos hospitais da Faixa de Gaza.
Em 7 de outubro, o Hamas -- classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel – efetuou um ataque de dimensões sem precedentes a território israelense, fazendo mais de 1,4 mil mortos, na maioria civis, e mais de 200 reféns, que mantém em cativeiro na Faixa de Gaza.
Iniciou-se então uma forte retaliação de Israel àquele enclave palestiniano pobre e desde 2007 controlado pelo Hamas, com cortes do abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que completou na quinta-feira o cerco à cidade de Gaza.
O conflito já provocou, pelo menos, 11 mil mortos na Faixa de Gaza e 1,4 mil em Israel.
*É proibida a reprodução deste conteúdo