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Internacional

ONU lamenta retomada "catastrófica" dos combates em Gaza

E pede às duas partes um cessar-fogo duradouro
Gabrielle Tétrault-Farber e Cécile Mantovani - Repórteres da Reuters
Publicado em 01/12/2023 - 09:28
Gaza
Smoke rises after Israeli air strikes in Gaza, as seen from southern Israel, amid the ongoing conflict between Israel and the Palestinian group Hamas, November 22, 2023. REUTERS/Alexander Ermochenko
© REUTERS/Alexander Ermochenko
Reuters

A Organização das Nações Unidas (ONU) lamentou a retomada das operações militares em Gaza, descrevendo as hostilidades como "catastróficas" e pedindo às partes que garantam a manutenção de um cessar-fogo duradouro.

Aviões de guerra israelenses retomaram os bombardeios em Gaza, fazendo com que os civis palestinos fugissem em busca de abrigo, após o colapso da trégua de uma semana que acabou sem nenhum acordo para prorrogá-la.

"A retomada das hostilidades em Gaza é catastrófica", disse Volker Turk, alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

"Peço a todas as partes e aos Estados com influência sobre elas que redobrem os esforços imediatamente, para garantir um cessar-fogo por motivos humanitários e de direitos humanos."

Em post na plataforma X, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse que lamenta a retomada das hostilidades e espera que uma nova pausa possa ser estabelecida.

"O retorno às hostilidades só mostra como é importante ter um verdadeiro cessar-fogo humanitário", afirmou.

Apelando por pausa duradoura nos combates, o Unicef descreveu a inércia em Gaza como aprovação da matança de crianças.

"Um cessar-fogo duradouro precisa ser implementado", disse James Elder, porta-voz do Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef), aos repórteres por meio de um link de vídeo de Gaza.

"A inação, em sua essência, é uma aprovação da matança de crianças. É imprudente pensar que mais ataques contra o povo de Gaza levarão a algo diferente de carnificina."

Guerra recomeça

Sirenes de foguetes soaram no Sul de Israel nesta sexta-feira, quando a guerra recomeçou depois que uma trégua de uma semana acabou sem nenhum acordo para prorrogá-la.

Quando o prazo expirou, jornalistas da Reuters em Khan Younis, no sul de Gaza, viram áreas do leste sob intenso bombardeio, enviando colunas de fumaça para o céu. Os moradores saíram às ruas em busca de abrigo.

No norte do enclave, a principal área de guerra durante semanas, enormes nuvens de fumaça subiram acima das ruínas, vistas do outro lado da cerca em Israel.

Apenas duas horas após o término da trégua, autoridades de saúde de Gaza informaram que 35 pessoas já haviam sido mortas e dezenas ficaram feridas em ataques aéreos que atingiram pelo menos oito casas.

Médicos e testemunhas disseram que os bombardeios foram mais intensos em Khan Younis e Rafah, no sul da Faixa de Gaza, e também atingiram casas nas áreas central e norte.

"Com a retomada dos combates, enfatizamos: o governo israelense está empenhado em atingir os objetivos da guerra - libertar nossos reféns, eliminar o Hamas e garantir que Gaza nunca mais represente ameaça para os moradores de Israel", disse o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

O Hamas afirmou que Israel é responsável pelo fim da trégua, por ter rejeitado os termos para libertar mais reféns e estendê-la. 

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