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Internacional

Rússia retira moradores de Belgorod após Ucrânia intensificar ataques

É a 1ª vez, em dois anos, que Moscou retira cidadãos de uma cidade
RTP*
Publicado em 08/01/2024 - 10:19
Moscou
A firefighter works to extinguish a burning car following what was said to be Ukrainian forces' shelling in the course of Russia-Ukraine conflict, in Belgorod, Russia December 30, 2023, in this still image taken from video. Russian Emergencies Ministry/Handout via REUTERS ATTENTION EDITORS - THIS IMAGE HAS BEEN SUPPLIED BY A THIRD PARTY. NO RESALES. NO ARCHIVES. MANDATORY CREDIT.
© REUTERS/RUSSIAN EMERGENCIES MINISTRY
RTP - Rádio e Televisão de Portugal

A Rússia anunciou nesta segunda-feira (8) que cerca de 300 moradores de Belgorod decidiram sair da cidade depois de a Ucrânia intensificar os ataques na região fronteiriça. É a primeira vez em dois anos de conflito com a Ucrânia que Moscou retira cidadãos de uma grande cidade.

“Cerca de 300 moradores de Belgorod, que decidiram ser retirados temporariamente, estão alojados em centros de acolhimento em Stary Oskol, Gubkin e no distrito de Korotchansky”, mais longe da fronteira com a Ucrânia, disse o governador regional, Vyacheslav Gladkov, em vídeo divulgado na rede social Telegram.

Na sexta-feira, Gladkov tinha proposto aos habitantes que saíssem da cidade de Belgorod e ofereceu-se para ajudar quem estivesse preocupado com a recente onda de ataques ucranianos na região.

Gladkov adiantou que nas últimas 24 horas, as autoridades regionais também “receberam 1.300 pedidos para enviar crianças de Belgorod para campos escolares fora da cidade, em outras regiões”.

Esta é a primeira vez, em dois anos de conflito com a Ucrânia, que Moscou apela à retirada de cidadãos de uma grande cidade como Belgorod. A medida, sem precedentes para uma grande cidade da Rússia, contradiz as afirmações do Kremlin sobre a guerra, de que o conflito não afeta diretamente a vida cotidiana e a segurança dos russos.

Kiev intensificou os ataques na região russa depois de Moscou ter desencadeado, no fim de dezembro, o maior ataque aéreo contra a Ucrânia desde o início do conflito. Em 29 de dezembro, a Rússia disparou 158 drones e mísseis, incluindo mísseis hipersônicos, contra alvos civis em toda a Ucrânia, matando pelo menos 47 pessoas.

No dia seguinte a esses ataques aéreos, 25 pessoas foram mortas em Belgorod em um ataque de retaliação ucraniano, o número mais alto de civis mortos em solo russo desde o início da ofensiva militar de Moscou na Ucrânia.

Após esse ataque, Gladkov disse que recebeu mensagens de moradores em Belgorod que diziam: “Estamos com medo, ajude-nos a ir para um lugar seguro”.

A Câmara Municipal da cidade já tinha apelado na sexta-feira, pela primeira vez em dois anos, aos moradores para que protegessem as suas janelas de possíveis estilhaços de vidro devido aos ataques ucranianos.

Em sinal de preocupação crescente na área, as autoridades regionais também anunciaram o adiamento do início do ano letivo escolar em Belgorod e arredores para o período entre 9 e 19 de janeiro.

Nesta segunda-feira, pelo menos quatro civis ucranianos morreram após um ataque russo com mísseis nas regiões de Khmelnytskyi e Kryvyi Rih.

Kiev, por sua vez, diz ter destruído 18 dos 51 mísseis russos lançados contra “infraestruturas importantes”, uma taxa de eliminação muito menor do que o normal, o que Kiev atribui ao grande número de mísseis balísticos disparados pela Rússia, que são mais difíceis de interceptar.

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